Policiais e militares armados prenderam ontem em Bamako, capital do Mali, Soumaila Cisse, candidato a presidente, que foi levado em uma ambulância. Toda a operação de sequestro e saque, entre 1h e 3h da madrugada, foi testemunhada pelos vizinhos, diplomatas brasileiros. O Mali sofreu golpe militar em 22 de março, e a situação é de desordem. Diplomatas brasileiros não têm orientação nem proteção do Itamaraty.
Situação crítica – Só um motorista “protege” o embaixador no Mali, Jorge Ramos, sua família e outros brasileiros. Falta luz, e água e comida são racionados.
Só resta Deus – O embaixador obteve autorização para que militares brasileiros em Abidjan (Costa do Marfim) fossem deslocados para Bamako. Em vão.
Ninguém quer sair – Os valentes diplomatas brasileiros em Bamako não querem ser evacuados, e sim protegidos. Como fazem os EUA, com seus marines.
‘Em segurança’ – O Itamaraty demorou, mas respondeu: “Os trinta brasileiros estão em segurança”. Deveria se informar melhor junto à embaixada no Mali.
Construtora acusada ainda fatura no Senado – Termina em junho o contrato de R$ 2,1 milhões do Senado com a Delta, a maior construtora do PAC, citada nas gravações de Carlinhos Cachoeira. O contrato de manutenção predial do Prodasen – a secretaria de tecnologia da Casa – é posterior à denúncia, em 2004, do então implacável procurador petista Luiz Francisco de Souza, de que o prédio do portal Interlegis foi superfaturado em R$ 4,7 milhões, favorecendo a Delta, segundo ação no Ministério Público Federal.
Emergência – O Senado alegou “insegurança jurídica” para o contrato emergencial, até que Justiça Federal julgue o mérito das liminares da concorrentes.
Alta sociedade – O procurador questionou a subcontratação da empresa Sociedade Guará, criada no mesmo dia da assinatura do contrato com o Senado.
CPI órfã – O senador Jorge Viana (PT-AC) ironizou ontem as indefinições sobre a CPI da Cachoeira, chamando-a de comissão “sem pai, nem mãe”.
Demóstenes busca apoio – Acusado de envolvimento no esquema do bicheiro Carlos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (GO) tem telefonado para membros do Conselho de Ética do Senado para expor sua defesa e pedir apoio.
Porta da rua – Pais de crianças molestadas por um diplomata iraniano pedófilo vão ao Itamaraty, nesta quarta-feira, pedir punição. É provável que o Itamaraty solicite informalmente ao embaixador do Irã para repatriar o tarado.
Melhor em NY – Diretor do documentário “A Construção de Fernando Henrique”, da TV Câmara, Roberto Stefanelli não colocou os pés no lançamento, que contou com a presença do próprio FHC. Preferiu férias em Nova York.
Culpa do vizinho – O senador Roberto Requião (PMDB-PR) comemora a aprovação da unificação do ICMS sobre produtos importados: “Esses 900 milhões arrecadados em Santa Catarina foram retirados do porto do Paraná”.
Incentivo à prostituição – Francisco Escórcio (PMDB-MA) propõe cota de passagens aéreas para as mulheres dos deputados: “Estão desestimulando os casamentos”. Paulo Wagner (PV-RN) completou: “E incentivando a prostituição”.
O charuto de Bill – Hillary Clinton virou piada no Twitter por elogiar o “padrão mundial anticorrupção” de Dilma. Teria sido efeito de “cigarrinho de orégano” que ela, igual ao marido, fumou, mas não tragou.
Ciro na CPI – O senador Ciro Nogueira (PI) será um dos cinco representantes do bloco PMDB-PP na CPI do Cachoeira, no Senado. O PMDB indicará outros quatro senadores, incluindo seu líder, Renan Calheiros.
A grande família – O cocaleiro boliviano Evo Morales agradeceu a interferência de Dilma no rolo da OAS por lá, dizendo que ela “é uma mãe”. Desconhece-se o pai, porque o maluquete considera Lula seu “irmão mais velho”.
Pensando bem… – …Cachoeira solto e animado é um perigo. Preso e deprimido com a morte da mãe, então…
Lição fulminante – Atual deputado distrital em Brasília, Agaciel Maia (PTC) era diretor-geral do Senado e não hesitou quando soube da morte súbita do senador Onofre Quinan, de Goiás. E tocou o telefone para o então presidente da Casa, Antônio Carlos Magalhães, às 6h da manhã.
– Estou ligando para comunicar a morte do senador Onofre Quinan.
Na outra ponta da linha, tonto de sono, mas já irritado, ACM devolveu:
– Sim, Agaciel, e o que é que eu posso fazer?!
Agaciel Maia aprendeu que não se deve tirar um baiano da cama tão cedo.