O primeiro dia da Mostra de Guitarra Baiana vai preencher com muitos acordes e riffs a Casa da Música do Abaeté nesta quinta-feira (5). A cada dia, dois músicos se revezam acompanhados do curador Júlio Caldas & Banda Choro Rock. E os dois primeiros guitarristas são duas feras: Fábio Batanj e Lúcio Ferraz.
Fábio tem se destacado nos últimos anos mais como um requisitado luthier de designs arrojados e técnica apurada do que como músico propriamente dito. Nesta quinta, ele ganha uma rara oportunidade de mostrar tudo o que sabe com a guitarrinha em mãos.
Professor licenciado pela Ufba desde 2004, Batanj também atua como técnico no ramo da engenharia civil. Na sua atividade de luthier, o rapaz, hoje com 35 anos, alia as duas áreas de conhecimento valendo-se do que aprendeu em Álgebra e Geometria Plana e Descritiva.
“No meu processo construtivo, busco combinar as densidades das madeiras que são secadas naturalmente e tem o corte no sentido ideal da fibragem. A construção visa aumentar a volumetria e dar equilíbrio e visual arrojado ao instrumento, além de pesquisar muito sobre qual captador utilizar. Nestes últimos anos, venho pesquisando sobre timbragem de captadores específicos para guitarra baiana. Chegamos a excelentes resultados, tanto utilizando as marcas estrangeiras conceituadas, quanto produzindo artesanalmente protótipos dos nossos próprios captadores”, detalha Fábio Batanj.
F A segunda atração da noite, o conquistense Lúcio Ferraz, é outro músico de formação tão fina quanto os bons cafés que saem de sua terra para o resto do mundo. Aprendeu teoria musical sob influência de grandes acadêmicos, como Demétrius Comidours (professor de teoria musical USP), Clériston Cavalcante (Maestro) e Carlos Porto (Maestro).
Nos últimos vinte anos, percorreu a Bahia como músico de acompanhamento do Bando Virado no Mói de Coentro, Banda Mixta, Pierre Onassis, Dinho Oliveira, Evandro Correia, Papalo Monteiro, Dércio Marques, entre outros artistas baianos.