Na última sexta-feira, o Jornal da Mídia foi mais uma vez vítima da leviandade, do jogo sujo, inescrupuloso e rasteiro da TWB, a operadora do ferryboat, detentora do título de campeã em reclamações entre todos os prestadores de serviços da Bahia.
Com uma pauta para cumprir sobre a condição deplorável da ponte de passageiros e veículos do Terminal de Bom Despacho, que tem 60% de sua estrutura comprometida por falta de manutenção, notícia divulgada em primeira mão pelo JM, a repórter Catiane Magalhães, da Tribuna da Bahia, procurou a concessionária TWB para checar algumas informações.
A repórter da Tribuna foi surpreendida por uma declaração leviana, irresponsável e grossa da assessora de imprensa da TWB, de que ela, Catiane, não deveria acreditar nas informações do JM, já que aquilo era matéria paga. Catiane, que conhece bem a equipe do JM, esqueceu a TWB e seguiu cumprindo a sua missão, produzindo uma bela matéria sobre o assunto, com base em informações obtidas no Derba e na Agerba.
Acreditamos que a moça que está na assessoria de imprensa da TWB deve ter aprendido muito a fazer jogo sujo no ambiente podre em que ela convive. Um ambiente que fede mais que o lixo da feira de São Joaquim, onde é comum se discutir estratégias de negócios nebulosos, tráfico de influência, assédio moral, entre outras coisas deploráveis.
Desafiamos ela e a TWB a provarem quem já pagou um centavo sequer ao JM em troca de publicação de matéria. Será que a TWB já fez muito uso dessa prática? Continua usando? A TWB paga propina a veículos de comunicação?
A assessora da TWB esquece que o mundo dá voltas e que o mercado de jornalismo é muito restrito. Se é que você realmente é jornalista, respeite seus colegas de profissão. Defenda o seu patrão, vista a camisa enferrujada da TWB. Mas não diga o que você não sabe, principalmente quando a acusação, além de leviana e irresponsável, é tão grave.
Na verdade, a mocinha da TWB não deve se conformar com as matérias que publicamos sobre a empresa ineficiente e incompetente na qual trabalha. Matérias incontestáveis, nunca desmentidas e que constantemente são utilizadas como pautas por outros veículos de comunicação. A TWB, pela incompetência administrativa de seus diretores, é um prato cheio para a imprensa.
Será que jornais como A Tarde, Tribuna da Bahia e Correio também recebem dinheiro para criticar a TWB? Será que as TVs Bahia, Itapoan, Aratu e Band recebem? Será que os programas de rádio populares recebem grana para detonar diariamente a TWB?
Não é o Jornal da Mídia que tem inclinação à prática de coisas ilícitas. A polícia já comprovou que a TWB, sim, tem. E muita. Os baianos não devem ter esquecido, por exemplo, da “Operação Expresso” desencadeada em 2010 pela Polícia Civil, que detectou a escandalosa venda de alguns carros do Estado pela TWB, na “Ilha do Rato”.
A TWB esteve também envolvida no caso da propinagem do blogueiro João Andrade e um seu preposto chegou a prestar depoimento à polícia. A prática de leviandade é parte da história da TWB. O líder do governo Wagner na Assembleia Legislativa, deputado Zé Neto, que o diga. Foi vítima também de uma acusação estúpida da empresa das três letrinhas.
Os fatos policiais são misturados com outros até mais graves praticados pela TWB, mas que o Governo do Estado, infelizmente, sempre negligencia para proteger a concessionária. Vejam aí, por exemplo, o sucateamento e a depenação dos ferries “Gal Costa” e “Monte Serrat”, fatos denunciados em manchete pelo jornal A Tarde.
E mais: o desvio de motores comprados pelo Estado para o navio “Ipuaçu”, mas que acabaram no ferry “Ivete Sangalo”, de propriedade da TWB. A lista de escândalos é imensa, mas os padrinhos e madrinhas da TWB no governo Wagner sempre estão lá para proteger a empresa, em detrimento da humilhação que ela, a TWB, submete os baianos diariamente no ferryboat.
Chantagem e perseguição de qualquer natureza não fazem parte do nosso caráter. Podemos dizer que o Jornal da Mídia adota – seguramente – uma política editorial democrática. É só verificar a quantidade de notas e matérias de empresas privadas (incluindo a TWB) e de assessorias de órgãos oficiais que são publicadas diariamente no site. Tudo sem custo algum.
Jamais, vale enfatizar, jamais barganhamos publicidade com quem quer que seja em troca de notas ou de favores. Jamais, em 10 anos de atividade, publicamos uma linha de matéria em troca de benefício financeiro ou material. Jamais atacamos órgãos oficiais, governantes ou empresas para depois cobrar a fatura e silenciar. Jamais recebemos recursos de políticos e órgãos oficiais para plantar notas que atendam a seus interesses. O mercado sabe quem faz isso.
Governo do Estado – Aqui vai uma prova da nossa lisura: em meados do ano passado, o Jornal da Mídia encaminhou correspondência ao secretário de Comunicação do Estado, o engenheiro eletricista Robinson Almeida. No documento, dizíamos estranhar o fato de o Jornal da Mídia nunca ter participado de uma campanha publicitária do Governo Wagner.
Achamos que é direito legítimo do Jornal da Mídia participar deste processo. Afinal, se a Agecom, a agência de comunicação do Estado, faz a caridade — a expressão é essa mesma, caridade — em dar publicidade a blogs com traço de audiência por que haveria de boicotar o Jornal da Mídia? Que critérios são esses? Por que o boicote? A quem interessa?
Entendemos que os recursos usados pelo Governo do Estado para fazer propaganda são públicos e não devem ser utilizados para premiar ou punir qualquer veículo de comunicação, mesmo que seja independente e não se ajoelhe diante dos governantes de ocasião. O cidadão baiano, que sustenta o Estado mediante pagamento de pesados impostos, deve ser respeitado e ter acesso a informações idôneas.
Sabe qual foi a resposta do secretário Robinson Almeida ao Jornal da Mídia? Nenhuma. Fomos solenemente ignorados. Sabe qual foi a nossa atitude? Também nenhuma. Mantivemos a postura e a nossa linha editorial pautada na ética e na repulsa ao puxasaquismo e à bajulação. Continuamos respeitando o governador, seus secretários e subordinados.
Mais que isso: continuamos a publicar as matérias distribuídas pela Agecom, embora existam dúvidas se informações fornecidas pelo Governo do Estado são reais ou fantasiosas. Afinal, há controvérsias em relação a dados divulgados.
E tem mais: em respeito aos nossos milhares de leitores, aos mais de 1.000 sites que reproduzem o conteúdo do Jornal da Mídia em tempo real e ao bom jornalismo, reescrevemos várias dessas notas.
Agora, claro, com ou sem publicidade, temos todo o direito de emitir opinião. De dizer, por exemplo, que a política de segurança pública do Estado é um fracasso, que o governador Wagner é um ótimo político, mas um gestor mediano, que a saúde pública é um vexame e que os serviços prestados pela TWB — com a estranha e irresponsável omissão do Governo do Estado — é deplorável.
Isto é democracia, mas muitos não entendem. Paciência.
Os Editores