REDAÇÃO DO JM
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), não aguentou a pressão durante o desfile do 2 de Julho, a data magna do Estado, que presta homenagem aos heróis da independência do Brasil na Bahia: com tanta vaia, ele abandonou o cortejo cívico antes do final do percurso, entrou em um veículo e foi embora.
Este ano, o horário da cerimônia de hasteamento da bandeira foi adiantada, de surpresa, em uma hora, para tentar minimizar as manifestações de protestos dos professores da rede estadual, que estão em greve há mais de dois meses.
Mesmo assim, Wagner não escapou das vaias dos docentes e de outros manifestantes. Desde que ele chegou à Lapinha, por volta das 8 horas, foi hostilizado. A cada vez que seu nome era citado as vaias recrudesciam.
Além de Wagner, diversos políticos compareceram à cerimônia. Pelo segundo ano consecutivo o prefeito de Salvador, João Henrique, não comparece ao evento com medo das vaias.
A presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB), Consuelo Pondé de Senna, foi a única autoridade a ter coragem de discursar diante do ambiente de protesto contra o governador. Ela homenageou os combatentes que “dedicaram as suas vidas pela consolidação da independência do Brasil”.
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O Largo da Lapinha foi isolado por grades e dezenas de policiais militares, fardados e a paisana, protegiam Wagner. O forte esquema de segurança acompanhou o governador à medida em que ele seguia caminhando com sua comitiva acompanhando o carro do caboclo e da cabocla em direção à Praça Municipal.
Enquanto acompanhava o cortejo, Wagner foi muito vaiado. Houve até xingamentos. Então, de repente, antes do final do percurso ele abandonou o desfile e foi embora.
Professores grevistas da rede estadual de ensino levaram para o desfile um boneco do Judas com o rosto de Wagner, em protesto contra a decisão do governo de descumprir o acordo assinado com a categoria que previa 22,22% de reajuste salarial.
Todos os candidatos à prefeitura de Salvador participaram da comemoração, que completa 189 anos este ano e presta homenagens aos hérois da independência do Brasil na Bahia, como índios, negros e personagens históricos como Joana Angélica, Maria Quitéria, e o General Labatut.