O recuo de Wagner desagradou ao ex-presidente Lula, que via o palanque na Bahia como pacificado ( Foto: Agência Brasil).
O senador Jaques Wagner (PT) indicou a aliados e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não deseja ser candidato ao Governo da Bahia nas eleições de outubro deste ano. A informação é do jornal Folha de São Paulo desta quinta–feira (24), em reportagem dos jornalistas João Pedro Pitombo e Catia Seabra.
Com o recuo, aliados tentam construir uma nova alternativa para concorrer ao governo e liderar grupo político que comanda o estado há 15 anos. A sucessão na Bahia promete uma disputa acirrada entre o grupo governista e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato da oposição.
O favorito para assumir a candidatura ao Governo da Bahia é o senador Otto Alencar (PSD), ex-adversário que se tornou aliado do PT em 2010 e é visto dentro do grupo como um nome confiável.
A reportagem apurou que o recuo de Wagner desagradou ao ex-presidente Lula, que via o palanque na Bahia como pacificado. Em uma reunião entre ambos na terça-feira (22), em São Paulo, ficou decidido que os nomes para a sucessão na Bahia seriam definidos em, no máximo, uma semana.
A escolha, contudo, enfrenta resistências do comando nacional do PSD, que prefere ver Otto concorrendo à reeleição.
A disputa para o Senado é considerada mais tranquila frente à falta de um nome de maior musculatura para o cargo no campo da oposição.
Diante do impasse, surgiu na mesa de negociações uma terceira alternativa: a escolha de um novo nome do PT para concorrer ao governo no lugar de Jaques Wagner e a manutenção de Otto como candidato ao Senado.
A opção, contudo, tem um outro obstáculo: a falta de um nome natural. Nos sete anos de governo Rui Costa (PT), nenhum dos deputados da bancada baiana e do secretariado do governador conseguiu se cacifar para tentar concorrer ao cargo.
A última opção seria Wagner recuar do recuo e ser candidato ao governo. Mas este cenário só é provável caso a sua desistência signifique a implosão da base aliada, com o rompimento de aliados e dissidências para a oposição.
A decisão de Jaques Wagner de não concorrer ao Governo da Bahia é de caráter pessoal. Aos 70 anos, o ex-ministro se sente confortável em seu mandato no Senado, que se encerra apenas em 2027, e não deseja voltar ao centro do palco da política baiana.
As investigações das quais é alvo, que tendem a ser repisadas meio a um possível acirramento da campanha, também seriam um incômodo para o senador, segundo aliados. Procurado, Jaques Wagner não respondeu aos contatos da reportagem.
A reportagem apurou que o recuo de Wagner desagradou ao ex-presidente Lula, que via o palanque na Bahia como pacificado. Em uma reunião entre ambos na terça-feira (22), em São Paulo, ficou decidido que os nomes para a sucessão na Bahia seriam definidos em, no máximo, uma semana.
Na noite desta quarta-feira (23), o imbróglio foi tema de uma conversa entre Jaques Wagner e Otto Alencar. Após a reunião, Otto afirmou que não houve definição e o cenário segue o mesmo.
“Até agora, as posições estão mantidas. [Jaques] Wagner é pré-candidato ao governo e eu pré-candidato ao Senado. Mas é uma definição que deve passar pelo [ex] presidente Lula”, afirmou Otto.
Por outro lado, o senador destacou que não tem objeção uma possível candidatura ao governo do estado, caso esta seja a decisão de consenso do grupo governista.
Fonte: Jornal de Brasília, com informações da Folha de S. Paulo. Clique AQUI e confira.