Presos pela Lava Jato desde o ano passado, os petistas José Dirceu e João Vaccari Neto sugeriram a correligionários que a sigla faça um acordo de “leniência partidária”. De acordo com informações da coluna Poder, do jornal Folha de S. Paulo, relatos de pessoas que estiveram com o ex-ministro e o ex-tesoureiro do PT no último mês, apontam que a ideia teria surgido do próprio Dirceu e foi apresentada a ao menos a dois deputados do partido e a dois advogados que confirmaram à Folha terem abordado o tema com os petistas.Ainda segundo o jornal, a proposta consistiria em acordo seguindo o modelo de leniência feito por empresas, em que elas assumem crimes e são condenadas a pagar multas.
Em troca, mantêm a possibilidade de fazer contratos com o governo e seus executivos podem aderir ao acordo, com diminuição de pena ou até perdão judicial. De acordo com a Folha, relatos de envolvidos no debate apontam também que a proposta, ainda incipiente, teria o objetivo de incluir não só o PT, mas todas as siglas comprometidas na Lava Jato.A maior diferença entre leniência e delação é que a primeira é feita com empresas, e a segunda, pessoas físicas. A ideia é que a negociação seja comandada pela presidência da cada partido, que faria um relatório com informações reveladas aos procuradores, inclusive com fatos ditos por Dirceu e Vaccari. Assim, os políticos envolvidos nos crimes receberiam benefício, como redução de penas.