De 26 de novembro a 1º de dezembro Salvador recebe, na Caixa Cultural (Rua Carlos Gomes), a segunda edição da mostra de documentários “África Hoje”. Com idealização de Marco Abujamra, realização e coordenação de Mariana Marinho e curadoria de Luciana Hees, o evento oferece um panorama da produção africana contemporânea de documentários, realizados por cineastas de diversas nacionalidades como Senegal, Tunisia, Moçambique, Portugal, Egito, Inglaterra, EUA entre outros.
A mostra “África Hoje” exibirá 18 filmes – entre longas e médias metragens – a maioria inédito no circuito comercial. Os documentários abordam temas múltiplos do universo dos países africanos, alguns muito próximos da realidade brasileira, despertando uma reflexão sobre as diversas maneiras de lidar com questões complexas.
Entre eles, está o filme de abertura “Rouge Parole” (Tunísia/ 2011), um dos principais relatos sobre a Revolução da Tunísia, eleito um dos 12 melhores documentários de 2012 pelo MOMA (Museu de Arte Moderna de NY). Outro destaque da mostra é o filme “Onde a Água Encontra o Céu” (Reino Unido/2008). Narrado pelo vencedor do Oscar, Morgan Freeman, e escrito por Jordan Roberts (Marcha dos Pinguins), o longa conta a inspiradora história de um grupo de mulheres em uma região remota do norte da Zâmbia que alcançam o inimaginável: aprender a fazer um filme como uma forma de falar sobre suas vidas, levantando uma questão que ninguém vai discutir – a situação das mulheres jovens órfãs devido à AIDS.
A Copa do Mundo também é um dos temas no “África Hoje” com o documentário “Fahrenheit 2010” (África do Sul – 2009). O filme mostra uma investigação do que realmente significou para os sul-africanos os jogos mundiais no país. Quem realmente se beneficiou dos milhões de dólares investidos? E o que aconteceu com a África do Sul depois de ficar com o troféu; os aplausos morreram?
Uma África Rica através do seu povo e de sua cultura pode ser vista em documentários como “A Espera dos Homens” (Senegal, 2007), enquanto pintam suas casas um grupo de mulheres fala das suas relações com os homens de uma forma muito aberta. Já em “Benda Bilili” (República Democrática do Congo/ 2010) um grupo de músicos portadores de deficiência física resultante de poliomielite que conquistou o mundo, é retratado.