LUÍS AUGUSTO GOMES
Por 35 votos a 8, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto do governo da Bahia que fixa normas para progressão na carreira do magistério estadual. Nas galerias, os professores gritaram palavras de ordem, chamando de “traidores” os deputados do governo.
A oposição insistiu no processo de obstrução: subiu à tribuna o deputado Bruno Reis, para quem “a Bahia perde a oportunidade de valorizar a educação”, ante a perspectiva de aprovação do projeto do magistério como foi enviado pelo Executivo.
Como era previsto, nenhum deputado governista se apresentou para defender o projeto da carreira do magistério, fato muito criticado pelos adversários que se pronunciaram.
Reis disse que o governo chegou ao ponto de abrir no dia 29 as inscrições para o curso que dará aos professores o direito de ascender funcionalmente. “O governo emite uma portaria antes da aprovação da lei”, protestou.
Líder diz que Wagner reincide em erro -O líder oposicionista Paulo Azi (DEM) lembrou recente entrevista do governador Jaques Wagner a A Tarde em que disse ter sido a má condução da greve dos professores o principal motivo da derrota eleitoral do governo.
“Passados 15 dias dessa entrevista em que o governador reconheceu a falta de diálogo e de negociação, vem esse mesmo governador e encaminha a esta Casa projeto de lei que, desde a época da greve, havia sido rejeitado pelos professores”, disse Azi, no início dos 20 minutos a que tem direito.
O deputado atribuiu a marcação súbita da votação para hoje “ao medo do PT, o mesmo PT da assembleias e das praças públicas, de ver amanhã essas galerias cheias de professores”. Ele tachou a bancada do governo de “uma maioria silenciosa que não tem medo da repercussão e parece não ter ouvido a voz das urnas”. (Por Escrito)