Depois de Salvador registrar de março até início deste mês pelo menos 17 casos de ataques de morcegos a moradores do Santo Antônio Além do Carmo, o Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ) vem desenvolvendo ações educativas na região, fazendo levantamento de possíveis abrigos dos animais. A ação mais consistente vai ter início na próxima terça-feira (16), quando os moradores da região receberão a visita de 30 agentes de endemias para visitação em todos os domicílios.
Esse agentes irão fazer reforço de vacinação antirrábica em cães e gatos domésticos, além de identificar eventuais vítimas expostas a algum tipo de infecção e que ainda não tenham procurado um serviço médico para tratamento. A ação terá início às 8h.
Além dos casos em Santo Antônio, o Hospital Couto Maia atendeu a 31 pacientes vítimas da mesma ocorrência de outros bairros da cidade, também no período de março até agora. Como há muitas dúvidas associadas a essas ocorrências, o chefe do Setor de Vigilância Contra a Raiva do CCZ, Aroldo Carneiro, esclareceu, em entrevista à imprensa, nesta sexta-feira (12), os cuidados e tratamentos que a população deve tomar para não ser mordida e nem contrair a doença que o animal silvestre transmite: a raiva.
“O município monitora periodicamente alguns ataques de seres hematófagos (que se alimentam de sangue). São casos raros, eventuais, que só acontecem com alguma frequência no intervalo de alguns anos”, explicou Carneiro. Ele salientou que o último registro de pessoas atacadas com frequência em área restrita aconteceu há pelo menos 5 anos. Mas ele reforçou que todo o ser humano ou animal doméstico que teve contato com morcego precisa tomar a vacina antirrábica para se proteger.
Só há uma espécie de morcego que costuma se alimentar de sangue, o Desmodus rotundus. É somente no período da noite que eles saem de seus habitats à procura de alimentação. As vítimas geralmente são pessoas idosas e crianças, e a região do corpo humano mais atacada pelos voadores são as extremidades como pé, mão e pontos da cabeça. Os pacientes relatam uma fisgada inicial, no momento do primeiro corte. Aroldo Carneiro explicou que a mordida não causa dor intensa porque na saliva do morcego há substâncias analgésica e anticoagulante – esta última impede a rápida cicatrização do ferimento.