Das indesejáveis ondas de calor à irritabilidade, insônia e depressão, os sintomas da menopausa podem representar um transtorno nesta fase de mudanças importantes no organismo da mulher. A menopausa é caracterizada pela redução da produção de hormônios reprodutivos responsáveis pelos ciclos menstruais, é a última menstruação da mulher. “Há mulheres que entram neste período sem muitos sintomas, mas há outras que apresentam sintomas intensos que podem comprometer sua saúde e qualidade de vida e até afetar seriamente seu trabalho e seus relacionamentos pessoais e familiares”, explica o ginecologista Jorge Valente, diretor médico do Ceparh (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana).
A menopausa não é doença, é um período que faz parte do ciclo natural de vida da mulher. “A reposição hormonal, aliada à atividade física e uma dieta equilibrada, vai prevenir o aparecimento dos sintomas desagradáveis e das doenças que podem ser desenvolvidas, além de melhorar a qualidade de vida da mulher”, afirma Jorge Valente.
“Antes de iniciar o tratamento hormonal, toda paciente faz uma série de exames para que sua terapia seja adequada às suas necessidades e segura”
De acordo com o especialista, reposição hormonal na menopausa significa longevidade com qualidade de vida e redução dos riscos à saúde provenientes da queda dos hormônios sexuais. O estrogênio é um hormônio feminino fundamental para a saúde da mulher, ele equilibra o colesterol bom (HDL) e o ruim (LDL), reduzindo o risco de problemas cardiovasculares, atua na distribuição de gordura no corpo, no humor e bem estar, “Graças ao estrogênio que a mulher com menos de 50 anos tem menos problemas cardiovasculares que o homem”, esclarece Jorge Valente.
A diminuição do estrogênio aumenta o risco de acumular gordura abdominal e a chance de desenvolver doenças cardiovasculares e diabete. Outra implicação da falta do hormônio é a redução da captação de cálcio, que leva a perda da massa óssea, favorecendo o aparecimento da osteoporose. O hormônio também protege a memória da mulher prevenindo a Doença de Alzheimer, ajuda na regulação do metabolismo, aumenta a produção de colágeno, mantendo o brilho e a elasticidade da pele, e é fundamental na lubrificação vaginal.
A reposição é um tratamento individualizado, cada mulher tem necessidades específicas. Em alguns casos, ela precisa repor apenas o estradiol (estrogênio) ou a progesterona. Já algumas mulheres precisam da testosterona, o hormônio masculino. Também há pacientes que precisam de uma combinação de hormônios. “A terapia de reposição hormonal deve ser feita com hormônio bioidêntico, ou seja, similar ao que o ovário produz e em pequena dosagem”, segundo o especialista.
“Antes de iniciar o tratamento hormonal, toda paciente faz uma série de exames para que sua terapia seja adequada às suas necessidades e segura”, explica Jorge Valente. Esta varredura identifica possíveis contraindicações para a reposição ou direciona melhor a terapia hormonal, se a mulher tem fatores de risco para trombose, como no caso das pacientes fumantes ou com obesidade, sofre de hipertensão descontrolada, tem histórico familiar de câncer de mama, dentre outros fatores.