A Justiça dos Estados Unidos e a Odebrecht fecharam um acordo para que a empresa pague US$ 2,6 bilhões em multas para autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças. Em audiência na corte federal do Brooklyn, em Nova York, o juiz distrital Raymond Dearie determinou que cerca de US$ 93 milhões (R$ 288,7 milhões) serão destinados aos EUA, US$ 2,39 bilhões (R$ 7,42 bilhões) ao Brasil e US$ 116 milhões (R$ 360,1 milhões) à Suíça.
O jornal espanhol “El País” afirma que essa é a multa mais alta da história dos Estados Unidos para um caso estrangeiro de suborno. William Burck, advogado da Odebrecht nos Estados Unidos, não comentou a decisão logo após a audiência. Procurado pelo G1, a empresa também disse que não comentaria.
A Odebrecht, juntamente com a petroquímica afiliada Braskem SA, declarou-se culpada de acusações de suborno nos Estados Unidos em dezembro. As autoridades americanas acusaram a Odebrecht de pagar cerca de US$ 788 milhões em subornos para obter contratos lucrativos a funcionários de 12 países, principalmente na América Latina.
Quando o acordo foi negociado, as partes concordaram que a multa deveria de US$ 4,5 bilhões, mas a Odebrecht alegou que teria capacidade de pagar até US$ 2,6 bilhões, valor que acabou homologado pelo juiz após a realização de um estudo.
A determinação judicial acontece no momento em que a Odebrecht tenta negociar acordos com outros países, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela, Panamá e Portugal.
Pela regra da leniência, que é a negociação que beneficia a pessoa jurídica, o acordo com cada país deve ser assinado separadamente para que tenha efeito jurídico.