A força-tarefa criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez na terça-feira buscas em endereços de 20 pessoas e empresas, incluindo três gráficas, contratadas para prestação de serviços à chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na campanha eleitoral de 2014. Num dos endereços visitados, os investigadores encontraram indícios de que o suposto dono de uma das gráficas pode ser um laranja — seu nome teria sido usado indevidamente para encobrir transações, segundo informa nesta quarta-feira reportagem do jornal uma fonte que acompanha o caso. (INFOGRÁFICO: cronologia da investigação no TSE)
Defesa de Dilma usou fotos de 2010 para comprovar serviços da campanha de 2014, aponta TSE
O suposto empresário, responsável em tese pela movimentação de altas somas, não soube responder a perguntas dos investigadores. As buscas foram determinadas pelo ministro Herman Benjamin nas gráficas Focal Confecção e Comunicação, Rede Seg e VTPB Serviços Gráficos e em endereços de empresas subcontratadas por elas durante a campanha. O ministro é relator do processo que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer.
O endereço registrado como sede da Rede Seg Gráfica e Editora é uma sala comercial num bairro da periferia de São Paulo. O local tem pouco movimento e, na maioria do tempo, fica fechado, segundo funcionários de outras salas alugadas no prédio de dois andares. Não há qualquer identificação no local da Rede Seg. No térreo, um depósito seria usado pela Rede Seg para estocar material da gráfica, que tem como proprietário oficial um motorista da empresa, Vivaldo Dias da Silva. Esse foi um dos lugares inspecionados ontem pela Polícia Federal em São Paulo. Há a suspeita de que tenha havido um esquema de desvio de dinheiro no financiamento da campanha da chapa em 2014.