No primeiro depoimento depois de formalizada a delação premiada de 77 executivos da Odebrecht, o ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, relatou nesta segunda-feira detalhes do esquema de corrupção envolvendo um cartel de empreiteiras com obras na Petrobras. Marcelo falou na própria carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso desde junho de 2015, quando foi detido na operação Erga Omnes, que em latim significa “vale para todos”.
A expectativa é que os funcionários da Odebrecht citem os nomes de mais de cem políticos. O depoimento foi gravado e deve seguir para homologação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
Já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão, o empreiteiro se recusava a colaborar. No entanto, mudou de posição após a delação da secretária da empresa, Maria Lúcia Tavares, que revelou a existência do Setor de Operações Estruturadas, um departamento que tratava do pagamento de propina, segundo a Lava-Jato.
Além de Marcelo, seu pai, Emílio Odebrecht, também decidiu fazer colaboração. Nas últimas semanas, a empresa admitiu ter participado do esquema de cartel e fez um pedido público de desculpas.