O cineasta Chico Liberato e a roteirista Alba Liberato participam de uma roda de conversa e exibição de filme com a temática sertaneja e que dialoga com a exposição “Imagens dos Vaqueiros da Bahia”, atualmente em cartaz no Centro Cultural Solar Ferrão (Pelourinho). O encontro acontece em 03/08, às 10h, quando será exibido o longa-metragem “Boi Aruá”, dirigido pelo cineasta. Antes, porém, os participantes poderão assistir ao inédito curta-metragem “Amarilis”, outra animação do cineasta que está sendo lançado este ano. O evento é gratuito e aberto ao público.
“Na ocasião, o público presente terá a oportunidade de entender e se aprofundar na temática sertaneja e no dia-a-dia dos vaqueiros no sertão, além das técnicas de animação utilizadas na construção dos filmes apresentados”, explica Ana Liberato, da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac). A roteirista Alba Liberato declarou que a exposição em cartaz no Solar Ferrão, entre outras iniciativas, são muito importantes para reforçar a importância dos vaqueiros – ofício já reconhecido como patrimônio cultural. “Eles foram os responsáveis pela grande colonização do Brasil. E de forma mais humana, mais amena”, disse.
Pioneiro do cinema de animação na Bahia, Chico Liberato produziu o terceiro filme de animação de longa-metragem feito no Brasil – “Boi Aruá” (1983), que documenta o cotidiano do Nordeste do Brasil, mais especificamente do sertão catingueiro, através do mito do Boi Aruá. O filme, inspirado na literatura de Cordel, foi premiado pela Unesco e conta a história de um vaidoso e austero vaqueiro (Tibúrcio), que cisma em capturar um boi selvagem e encantado (Aruá). Já o curta-metragem “Amarilis” (2016) é um filme em família e trata de um amor entre um homem e uma mulher. Tem direção de Chico Liberato, com roteiro de Alba Liberato, trilha sonora de João Liberato e produção de Cândida Liberato.
Francisco Liberato de Mattos, conhecido como Chico Liberato, é um artista plástico e cineasta brasileiro. Teve destacada participação no movimento cultural que envolveu vários artistas na década de 1960 em Salvador, onde nasceu em 1936. É casado há 50 anos com a roteirista Alba Liberato. Participou de diversas exposições coletivas, como a ‘I Bienal de Artes Plásticas da Bahia’ em 1966, e ‘Bahia Década 70’ – no Instituto Goethe. Realizou também diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior. Entre 1979 e 1991 foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e durante dez anos coordenou a área de Artes Visuais e Multimeios da Diretoria de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia.