O ex-ministro Jaques Wagner disse estar “surpreso” e considerou “estranha” a iniciativa do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que enviou para o juiz Sérgio Moro, da primeira instância, um pedido de abertura de inquérito contra o petista feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Segundo nota do site G1, o relator da operação Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavaski, considerou que a ação não estava diretamente ligada ao esquema da Petrobras. Seu envio à 13ª Vara Federal, assim, causa estranheza. Mas quero reiterar que sempre estive e estou à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”, disse Wagner, por meio de nota.
O ministro Celso Mello atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o pedido tramite na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, pelo fato de o ex-ministro ter sido exonerado após o afastamento da presidente Dilma Rousseff e não ter mais foro por prerrogativa de função no Supremo.
O pedido chegou ao tribunal de forma oculta e não é possível saber quais as denúncias contra Jaques Wagner. Consta na decisão do ministro que a PGR requereu abertura da investigação criminal “em razão de fatos possivelmente ilícitos relacionados a Jaques Wagner, detentor, à época da pretensão formulada, de foro por prerrogativa de função, porquanto ocupava, com status de ministro.”
Após afirmar que suas doações e despesas de campanhas foram “declaradas e devidamente auditadas pela Justiça Eleitoral”, Wagner classificou como “mentirosas” e sem “o menor fundamento na realidade” as “supostas declarações do Sr. Nestor Cerveró”. Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras disse que a campanha de Wagner recebeu em 2006 recursos desviados da estatal.