A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencou 3,44%, abaixo dos 50 mil pontos, e o dólar disparou 4,67%, para R$ 3,669, pouco depois de o presidente interino da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão (PP-MA) ter anulado a tramitação do impeachment no Congresso. As principais ações passaram a cair com força, como o tombo de 10% da Petrobras. Às 13h18, no entanto, o mercado já estava mais calmo em relação à notícia: o dólar subia 1,79%, a R$ 3,56, enquanto a Bolsa perdia 1,95%, a 50.711 pontos.
— O afastamento da presidente Dilma, apesar de ser dado como muito provável, ainda é uma questão sensível para os investidores. Por isso, qualquer risco à resolução dessa crise política é visto como muito negativo. É preciso lembrar que a Bolsa já havia subido muito nos últimos meses por causa das chances de um impeachment — afirmou Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut.
O clima no início do pregão já era negativo como resultado do desapontamento dos investidores com números sobre a economia chinesa divulgados no fim de semana. A queda do petróleo no mercado internacional também contribui para o mau humor do mercado.
A Petrobras ON despenca 9,89% (R$ 11,65) e a PN tem baixa de 10,61% (R$ 9,01). Além da questão política, a companhia é influenciada pelo recuo de 1,9% no petróleo do tipo Brent (US$ 44,57). Hoje, a companhia anunciou ter assinado termo de compromisso para financiamento de US$ 1 bilhão com o China Exim Bank e já iniciou a negociação do contrato definitivo, antecipando captação de recursos prevista para 2017. O financiamento está relacionado a contratos de fornecimento de equipamentos e serviços já firmados pela Petrobras com fornecedores chineses para projetos do Plano de Negócios 2015-2019.
No setor bancário, as ações ON do Banco do Brasil caem 5,94%, enquanto o Bradesco PN tem baixa de 2,83%. O Itaú Unibanco PN cai 1,18% (R$ 30,04), enquanto a unit do Santander recua 0,16% (R$ 18,23). (O Globo)