O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, criticou nesta quarta-feira (30) a possibilidade de firmar acordo de leniência com a Odebrecht. Na visão do procurador, um acerto nesse sentido serviria para ”salvar o patrimônio da família que controla essa empresa”.
”Os empregos vão e vêm. Nesse caso, nós estamos falando em salvar o patrimônio dessas famílias", afirmou, após citar o caso da "empresa que tinha planilhas de propina”. A fase mais recente da Lava Jato revelou que a Odebrecht mantinha uma diretoria especifica para tratar de propina. Pouco depois, foram incluídos nos processos da operação planilhas com informações de pagamentos da empresa a politicos.
Sobre uma possível troca de presidente, Santos Lima disse acreditar que a eventual mudança no Palácio do Planalto não deve alterar o curso da Lava Jato.
”Em um país com instituições sólidas, a troca de governos não significa absolutamente nada", disse. "Eu quero crer que nenhuma troca signifique mudança de rumos para o Ministério Público” acrescentou. (Folha de São Paulo/Paula Reverbel)