Está crescendo no Brasil o número de eleitores que não toleram o PT e, ao mesmo tempo, não manifestam preferência por nenhum outro partido político. Os ”antipetistas puros” saltaram de 7,49% do eleitorado em 1997 para 11,44% em 2014 e já representam um grupo proporcionalmente maior que a soma de pessoas que declaram preferência por PSDB e PMDB, segundo conta neste domingo reportagem do jornal “Folha de São Paulo”.
As conclusões são do cientista político David Samuels, professor da Universidade do Minnesota (EUA), em pesquisa feita em parceria com o colega Cesar Zucco Jr., da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Eles estão escrevendo um livro a respeito das simpatias e antipatias partidárias no Brasil. O estudo chama-se ”Partidarismo, Antipartidarismo e Comportamento do Voto no Brasil”. Segundo o estudo, o PT segue sendo o partido mais querido e odiado do Brasil.
O número dos que dizem preferir a legenda de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff despencou nos últimos oito anos, mas ainda é maior que o registrado na década de 1990. Cerca de 14% do eleitorado declarava simpatia pelo PT em 1997. Esse número pulou para 23,28% em 2006 e recuou para 15,95% em 2014.
PMDB e PSDB também perderam fatias de seus partidários nos últimos anos.Na tentativa de identificar quem são os que declaram aversão ao PT, os dois professores usaram como base pesquisas da Fundação Perseu Abramo, ligada ao próprio partido, para os anos de 1997 e 2006. Os dados de 2014 foram coletados pela Brazilian Electoral Panel Survey, do Banco Interamericano de Desenvolvimento.