REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Batida de ferry-boat na Baía de Todos os Santos está virando fato corriqueiro desde que a Internacional Marítima chegou à Bahia. Em menos de um mês, a Capitania dos Portos já registrou duas ocorrência do gênero: a primeira, dia 22 de janeiro, envolveram os navios “Maria Bethânia” e “Anna Nery”, no Terminal de São Joaquim.
Ontem, por volta das 13h30, a Capitania dos Portos registrou a colisão entre os navios “Agenor Gordilho” e “Zumbi dos Palmares”.
Segundo a Capitania, o “Zumbi” já estava atracado e o “Agenor” se aproximava para realizar a atracação em uma das gavetas, também no Terminal de São Joaquim”, quando aconteceu a colisão. Felizmente, não houve vítimas.
A falta de manutenção das embarcações do Sistema Ferryboat, que parece que vem sendo escondida pelo governo como forma de proteger a concessionária Internacional Marítima, é apontada por funcionários da empresa, por fiscais e diretores da Agerba, como a causa para os contantes ocorrências.
Fala-se agora que o Ministério Público da Bahia vai investigar – ou tentar – para saber os motivos para tanta ocorrência envolvendo os serviços da Internacional Marítima, na Bahia.
Em 19 de novembro de 2015, o JORNAL DA MÍDIA divulgou com exclusividade que a Agerba tinha em seu poder um minuncioso relatório elaborado por técnicos da área de engenharia naval, apontando o estado de abandono dos navios da frota do Sistema Ferryboat. Essa relatório foi encomendado pela própria agência de regulação do governo, que é responsável pela fiscalização da Internacional Marítima e pelo contrato celebrado entre o Estado e a concessionária.
“O quadro é bem mais grave do que aquele que o JORNAL DA MÍDIA noticiou em várias reportagens: alguns ferries já estão completamente sucateados pela falta de manutenção”, mostrou o JM, adiantando: “Não tem surtido qualquer efeito, até aqui, as investidas do órgão regulador para que a concessionária cumpra o contrato que assinou, que tem cláusulas claras sobre a obrigação da empresa do Maranhão em preservar o patrimônio público. Sem manutenção, os ferries ficam encostados, o serviço fica cada vez mais precário e já se teme o pior: o governo vai ter que investir novamente para recuperar os navios. Foram mais de R$ 150 milhões aplicados no sistema desde 2012 com resultados sofríveis e uma previsão clara de que o pior vem por aí”.
O resultado do descasa para com o patrimônio está sendo evidenciado agora, em pleno Verão: serviço precaríssimo prestado pela Internacional Marítima, com os usuários sendo obrigados a esperar até 10 horas para embarcar nos feriados prolongados do Ano Novo e Carnaval, a despeito do derrame de dinheiro público em um serviço explorado por uma empresa porivada, o que é outro absurdo. Imagens do caos no ferryboat foram mostradas recentemente por alguns jornais da TV – enfim, mostraram um pouco a realidade. Só um pouco.
Fala-se agora que o Ministério Público da Bahia vai investigar – ou tentar – para saber os motivos para tanta ocorrência envolvendo os serviços da Internacional Marítima, na Bahia. Pelo menos foi a informação chegada ao JORNAL DA MÍDIA. À frente de tudo, a promotora Rita Tourinho. Vamos aguardar para ver se desta vez o MP realmente cumpra o seu papel e aponte os responsáveis.
De nada adianta o governo comprar embarcações, reformar navios e gastar o dinheiro do cidadão para nada. Não adianta ter 10 navios. Podem comprar 20, pois o problema é outro: é falta mesmo de competência da empresa que o governo trouxe do Maranhão para gerir um serviço essencial, sem nenhum resultados. Os ferries estão dando pena, os terminais de passageiros abandonados, envergonhando baianos e turistas.
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Ferries se “estranham” em São Joaquim e acabam se chocando