Principal estrela do marketing político brasileiro, o marqueteiro baiano João Santana está sendo investigado em um inquérito sigiloso na Operação Lava Jato por conta dos supostos pagamentos em contas no exterior. A Polícia Federal encontrou uma carta de 2013 escrita por Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro, com coordenadas de contas bancárias no exterior, segundo reportagem da revista Veja.
De acordo com a publicação, a carta estava endereçada para o engenheiro Zwi Skornicki, um operador de propinas do esquema de corrupção na Petrobras. Ela foi encontrada em fevereiro do ano passado, durante a nona fase da Operacão Lava Jato, batizada de My Way. Esta etapa tinha como alvos operadores denunciados pelo ex-diretor de Serviços da estatal, Pedro Barusco.
Skornicki era representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, de Singapura, que tinha contratos bilionários com a Petrobras.
Em maio do ano passado, o jornal Folha de São Paulo havia informado, com base em investigações da PF, que duas empresas de João Santana trouxeram de Angola para o Brasil US$ 16 milhões em 2012 numa operação de lavagem de dinheiro para beneficiar o Partido dos Trabalhadores.
Uma das suspeitas dos policiais é que os recursos de Angola tenham sido pagos ao marqueteiro por empreiteiras brasileiras que atuam no país africano. Segundo essa hipótese, seria uma forma indireta de o PT quitar débitos que tinha com o marqueteiro.