Com um débito superior a R$ 300 mil somente em contas atrasadas de luz, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Serra do Ramalho, autarquia vinculada à prefeitura, está na iminência de sofrer corte de energia, o que afetaria diretamente o fornecimento de água no município, já que, sem eletricidade, o órgão não tem como captar, tratar e distribuir água às casas. Desmembramento de Bom Jesus da Lapa em 1989, Serra do Ramalho tem 33 mil habitantes e fica localizado no oeste baiano, entre o rio São Francisco e a serra que lhe batiza.
Conforme apurou o site Oeste Acontece, a dívida se arrasta desde janeiro de 2013, quando o atual gestor, Pe. Deoclides Rodrigues Magalhães (PPS), deixou de pagar as fatura referente ao consumo de energia do município. Se somada as faturas de outros órgãos, o montante devedor ultrapassa as cifras dos R$ 600 mil. A reportagem do Oeste Acontece procurou o prefeito, mas o mesmo não foi encontrado.
Procurado, o diretor do SAAE, Juraci Pereira, confirmou que a unidade já recebeu um aviso de corte de luz, emitido pela Coelba, prestadora do serviço. O órgão, entretanto, tem tentado negociar com a concessionária um parcelamento da dívida para que o pior não aconteça.
“Eu assumi o cargo no ano passado e a dívida já existia. Quando recebemos o aviso de corte, há uns três meses, nos reunimos com o secretário de administração e um representante da Coelba para tentar um acordo, só que até agora nenhuma proposta foi formalizada”, informou.
Segundo ele, dois talões já foram pagos. As contas, referentes ao mês de junho de 2015, são das estações de captação e tratamento, nos valores aproximados de R$ 7 mil e R$ 8 mil, respectivamente. A iniciativa, que partiu do próprio diretor, é uma tentativa de evitar o corte do serviço.
“As contas anteriores continuam em aberto, mas eu comecei a pagar as atuais para que a Coelba saiba que eu tenho intenção em fazer o acordo, pois não posso nem calcular o prejuízo que será caso haja o corte de luz e em função disso a interrupção do fornecimento de água em toda a cidade”, disse Pereira, salientando que os talões do mês de julho também serão pagos.
Se concretizado, o corte no fornecimento de água afetará toda população local, estimada em quase 32 mil habitantes. Se isso representa transtorno à dona de casa, ao setor de irrigação a falta de água é sinônimo de prejuízos incalculáveis.
Além da dívida com a Coelba, o SAAE também está inadimplente com a ANA (Agência Nacional de Água) e com pequenos fornecedores. “Nossa receita não é suficiente para arcar com as despesas, o que gerou o cúmulo de muitos débitos. Agora que as coisas melhoraram com o aumento de tarifa e de ligações de água, além da inclusão de cobranças em três comunidades que antes eram isentas de tarifa, estamos conseguindo sanar alguns débitos, pagando um mês atual e um atrasado, até que quitemos tudo. Mas esta questão da energia não depende de mim”, ressaltou o diretor da unidade. (Oeste Acontece)