LUÍS AUGUSTO
Candidata ao Senado pelo PSB, Eliana Calmon quer fazer a “nova política”, mas o problema é que a cabeça de sua chapa, senadora Lídice da Mata, faz a política de sempre.
A confusão em que se meteu nesta campanha reflete o quanto é insignificante, para ela, o sistema partidário brasileiro, claramente visto como um instrumento de desempenho pessoal.
A senadora é “de esquerda”, sempre foi, desde os tempos da política estudantil e da clandestinidade no PCdoB.
O PT, nem se fala. De tão “esquerdista”, seus militantes acham que todos os que não pensam – nem agem – como eles são “de direita”.
O natural é que, defensores de uma mesma bandeira de sociedade, Lídice e os petistas lutassem juntos numa só legenda, cujo programa contemplaria aquele ideário sagrado sem o qual, imaginam eles, o Brasil não tem solução.
Mas surge um senão: fraternidade e sacrifício na organização da defesa das classes “despossuídas”, não há. O que existe é o afiamento constante de unhas para escalar qualquer parede que se apresente.
E assim chegamos ao surrealista quadro de hoje, em que a senadora, para não abrir mão do seu cartório, no qual tudo pode, enfrenta nas urnas os “companheiros” das antigas.
Mais que isso: vê agora no PT “política exclusivista”, embora, quando muito seis meses atrás, estivesse disposta a apoiar o candidato do governador Jaques Wagner e gozar mais quatro anos das benesses do poder local. (Por Escrito)