Morreu ontem (1º), às 10h30, na capital paulista o jornalista, escritor e professor Rodolfo Konder. Aos 76 anos e diretor da representação da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo, Konder lutava contra um câncer e estava internado na UTI, do Hospital Beneficência Portuguesa, há cerca de 20 dias. O corpo do jornalista foi cremado às 17h, no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, interior de São Paulo, em cerimônia restrita aos familiares. O jornalista deixa esposa e um filho.
Nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, em 5 de abril de 1938, foi militante político contra a ditadura militar em 1964. Em 1975, Rodolfo Konder foi preso junto com o jornalista Vladimir Herzog e foi o primeiro a denunciar que Herzog havia sido assassinado pelos torturadores. Por ser militante do PCB foi obrigado a se exilar durante o regime militar. No período da redemocratização, atuou em grupos de direitos humanos e presidiu a seção brasileira da Anistia Internacional. Era filho de Valério Konder, que foi dirigente do PCB, e de Ione Coelho e irmão do filósofo Leandro Konder e de Luíza Eugênia Konder.
Na clandestinidade, o jornalista começou a fazer traduções para Ênio Silveira. Pouco depois, conseguiu uma vaga de redator na agência de notícias Reuters, onde trabalhou durante quatro anos. Passou pelas redações das revistas Realidade, Singular Plural, Visão, Isto É, Afinal, Nova, Playboy, Revista Hebraica e Época; além de diversos jornais, emissoras de rádio e de TV. Durante quatro anos foi editor-chefe e apresentador do Jornal da Cultura, na TV Cultura de São Paulo, e colaborador permanente de O Estado de S. Paulo, durante dez anos.
Publicou artigos nos jornais Movimento, O Diário, Voz da Unidade, Folha de S. Paulo, Jornal da Tarde, Gazeta Mercantil, Diário Popular, Pasquim, O Paiz, La Calle, El Clarin, História, Venus, Opinião, Povos e Países, Jornal do Brasil, Jornal da Semana, Leia Livros, Shopping News, Américas e Shalom.