A entrevista de José Sérgio Gabrielli ao Estado de Domingo, 20, na qual ele afirma que a presidente “Dilma não pode fugir à responsabilidade” pela decisão da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, reforçou a necessidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o negócio, avaliaram líderes da oposição, entre eles o senador tucano Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente da República.
Esta será uma semana decisiva para a criação da CPI, pois a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá decidir se o Congresso fará uma CPI restrita à estatal, como querem os oposicionistas, ou se abrangente, para investigar também o pagamento de propina para facilitação de obras no metrô e nos trens de São Paulo, e sobre a construção do Porto de Suape, em Pernambuco.
Gabrielli era o presidente da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena e Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, era a presidente do Conselho de Administração da empresa. Na entrevista ao Estado, Gabrielli disse ser o “responsável” pela operação de compra, já que era o presidente da estatal, mas dividiu o ônus com Dilma.
Gabrielli reforçou a afirmação de que o resumo executivo em que o conselho baseou sua decisão sobre a compra foi “omisso”, mas acrescentou que isso não foi relevante para a decisão. Dilma havia afirmado a mesma coisa quando justificou seu voto pela compra da refinaria. O resumo executivo foi feito pelo então diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. (João Domingos, Estadão)