O Mosteiro de São Bento apresenta ao público na próxima terça-feira (22), às 10h, o projeto de restauração e digitalização de livros raros de sua biblioteca, uma das mais importantes do Brasil. Ao todo, serão disponibilizadas ao público 60 obras raras, dos séculos XVI ao XIX, que poderão ser acessadas pela internet no endereço www.saobento.org/livrosraros. As obras passaram por um delicado e rigoroso processo de restauro, feita por uma equipe multidisciplinar de especialistas do Mosteiro e da Faculdade São Bento da Bahia, com técnicas inovadoras de desinfestação, higienização e restauro. O projeto durou cerca de dois anos e conta com investimentos de de R$ 500 mil, oriundos do Fundo de Cultura da Bahia, destinado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
Entre as obras restauradas e digitalizadas está a coleção “Obras Completas de Luiz de Camões”, edição crítica com as mais notáveis variantes, de 1873;; “Cartas Selectas”, de Padre Antônio Vieira, de 1856; “Index Librorum Prohibitorum”, do Papa Bento XIV, de 1764 e “Historia dos Judeos”, de Flavio José, de 1793. Os mais antigos da lista são: “Cometario as Sentenças de Duns Scoto, do Fr. Nicolau de Orbellis”, de 1503, e “Suma Theologica Secundæ”, de São Tomas de Aquino, de 1534.
O Mosteiro de São Bento da Bahia foi o primeiro mosteiro fundado pela ordem dos Beneditinos nas Américas. Sua biblioteca, alvo de pesquisadores de todo o mundo, foi fundada em 1582 e é tombada pelo Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) desde a década de 1930. O acervo completo ultrapassa os 200 mil volumes, e o setor de obras raras possui aproximadamente 13 mil obras impressas do séc. XVI ao XIX.