Os médicos que trabalham na Emergência do Hospital Espanhol decidiram em assembleia realizada dia 26 de março suspender novamente as atividades devido à falta de condições de trabalho que está impedindo o funcionamento normal do setor. A definição pela paralisação foi unânime, e será iniciada no próximo dia 29, sábado, por tempo indeterminado.
Entre as reivindicações, os médicos cobram o provimento de medicamentos básicos, materiais e equipamentos como soros e Raios X, a contratação de mais profissionais, e alertam contra os constantes atrasos de pagamento de salários e falta de recolhimentos de obrigações como INSS e FGTS. Desta forma, os profissionais pedem que a população procure outras unidades que ofereçam serviços similares, e que apoiem o movimento, que tem como objetivo principal resguardar a saúde e o direito da comunidade de receber um atendimento de qualidade.
O ofício encaminhado pelo presidente do Sindimed, Francisco Magalhães ao Ministério Público Estadual e do Trabalho, Superintendência do Trabalho e Emprego, Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Secretaria de Administração do Estado (Saeb), Cremeb, Secretaria Municipal de Saúde, aos sindicatos Sindifiba e Sindhosba e ao Arcebispo Dom Murilo Krieger, para anunciar a suspensão dos atendimentos, apresenta a lista de reivindicações e ressalta que o movimento não se trata de greve e não se refere à campanha salarial. “Cuida-se, isto sim, de campanha cívica e ética em defesa da assistência digna da saúde de nossos concidadãos, a merecer a adesão de todos os que prezam e defendem os direitos humanos”, observa o presidente.
Abaixo a lista de reivindicações que devem ser atendidas como condição mínima para a retomada do funcionamento do serviço:
· – Equipes médicas integradas por um mínimo de três profissionais, nelas garantida a presença de, pelo menos, um cirurgião geral e um clínico geral, durante as 24 horas de plantão; durante férias, licenças médicas e demais afastamentos de plantonistas, deverá ser garantida a sua substituição imediata, preservando-se o número mínimo de três médicos por equipe de plantão;
· – Garantia de disponibilidade de medicações básicas, materiais e equipamentos (atualmente há falta frequente de soro fisiológico e glicosado, equipos, antieméticos, fios de sutura, etc.);
· – Funcionamento permanente, nas 24 horas, do serviço de radiologia e bio-imagem;
· – Disponibilidade, nas 24 horas, do apoio de sobreaviso de especialidades médicas, abrangendo todos os planos de saúde admitidos no serviço;
· – Médico plantonista geral em todos os dias da semana, nas 24 horas (médico de guarda);
· – Funcionamento pleno da UTI;
· – Regularização dos pagamentos de salário e remunerações em geral, garantindo-se a inexistência de atrasos, assim como o cumprimento dos recolhimentos legais (INSS, FGTS, etc.);
· – Melhoria das condições físicas do conforto médico (água, sistema de ar condicionado higienizado, vestimentas, lençóis, etc.).