Se Gleisi Hoffmann (PT-PR) era considerada uma ministra discreta e que fugia dos holofotes — muito por ordem da presidente Dilma Rousseff —, como senadora a atuação dela tem dado o que falar. Em um mês na Casa, Gleisi assumiu um estilo de parlamentar agressiva, seja com a oposição, seja com a base rebelada.
Em pré-campanha, a candidata do PT ao governo do Paraná tem investido também na imagem pessoal. Passou a cuidar do visual e da vida particular, que andavam em segundo plano na intensa agenda de ministra. Maquiar-se no carro em movimento ou almoçar quentinhas são coisas que ficaram para trás.
Seu comportamento no Senado tem incomodado até colegas da base aliada, que dizem que a ministra está exagerando no protagonismo e sendo virulenta nas críticas. Há quem diga que Gleisi assumiu o papel que deveria ser do líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Em entrevista ao GLOBO, a senadora repetiu o tom ofensivo dos discursos em plenário, rebatendo críticas e cobrando mais foco dos aliados insatisfeitos:
— É um chororô que não encontra respaldo na realidade. Parece que há uma carência de atenção. Não se pode basear a atuação no Congresso nas relações pessoais e de afeto. Há exageros nas reclamações, eles choram mesmo! As mulheres choram menos, são mais práticas.(Júnia Gama, O Globo)