WALTER SEIJO (*)
Foi noticiado pela imprensa que a direção da Arena Fonte Nova, dos empreiteiros Odebrecht-OAS, enviou uma carta solicitando à Sudesb que não cedesse o Estádio de Pituaçu, patrimônio do povo baiano, ao Vitória, para que o time rubro-negro não sediasse o seu jogo contra o Bahia.
Os empreiteiros se respaldaram no contrato que assinaram com o Governo do Estado, que, segundo eles, em uma das suas cláusulas determina que a Sudesb, para ceder o estádio de Pituaçu para a realização de jogos em Salvador, só possa fazê-lo com a anuência da Arena Fonte Nova.
Sinceramente, não acredito no objetivo de forma direta. Acredito, sim, de forma indireta. Penso que esta carta foi enviada para que a Sudesb aceite o pedido dos empreiteiros e a diretoria do Vitória leve o time para o Dique do Tororó sem que a sua diretoria sofra desgaste com a torcida, que não aceita a ideia.
Se a Sudesb atender o pedido dos empreiteiros, cabe à diretoria do Vitória buscar imediatamente na justiça a preservação dos seus direitos e não permitir que esta imoralidade seja perpetrada. O estádio de Pituaçu foi construído com dinheiro público para atender os desportistas e torcedores baianos de todos os clubes.
O Vitória não assinou, que se saiba, nenhum contrato com os empreiteiros. Portanto, que se ingresse no momento adequado com uma ação para evitar essa violência.
Se o Vitória aceitar jogar na arena do Dique do Tororó fica claro que a diretoria pecou por ação ou por omissão.
O Vitória é soberano, manda os seus jogos onde quiser e exercer este direito é uma obrigação de quem dirige o clube, mesmo que tenha sido de maneira ilegal, como é o caso.