Salvador – Responsável pela morte da ex-companheira, a comerciária Jéssica Ramos dos Santos, 20 anos, o motorista Jeã da Silva Marques Sousa, 34, foi preso, na tarde de quinta-feira (9), ao se apresentar, acompanhado de um advogado, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Jéssica foi morta a facadas, na manhã de terça-feira (7), na passarela em frente ao Shopping Paralela, quando estava indo para o trabalho.
Interrogado pela titular em exercício da 2ª Delegacia de Homicídios (Central), delegada Jamila Cidade, que cumpriu mandado de prisão expedido pelo Plantão Judiciário, Jeã confessou a autoria do crime, mas não explicou a real motivação do assassinato, alegando uma série de fatores, como ciúmes, ressentimentos e desprezo.
Segundo a delegada, Jeã, que disse estar arrependido pelo delito cometido, afirmou que teve um relacionamento conturbado com a vítima. Mesmo depois da separação, ocorrida há um ano, agrediu Jéssica outras duas vezes. Em dezembro de 2013, durante uma briga, cortou o seu cabelo e a feriu no rosto com faca, chegando inclusive a ser conduzido, na ocasião, à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), onde ficou custodiado por um dia.
Segundo testemunhas, Jeã desferiu mais de 15 facadas, a maioria nas costas, da vítima, que não teve chances de defesa. Ambulantes e populares tentaram defendê-la sem sucesso e chegaram a perseguir o criminoso, mas não conseguiram alcançá-lo.
Jeã contou à delegada que saiu de casa, no Parque São Cristóvão, e estacionou o carro, um Corsa prata, placa NYT 5628, em frente ao ponto de ônibus. Viu quando Jéssica se aproximou da passarela e ficou aguardando ela passar. Após cometer o homicídio, tentou fugir a bordo do veículo, que acabou com o pneu furado. Diante disso, deixou o automóvel (já encaminhado à perícia), numa rua do Centro Administrativo da Bahia (CAB) e seguiu de ônibus.
Ele não informou à delegada onde esteve escondido antes de se apresentar no DHPP. Durante a coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (10), chorou muito diante dos jornalistas. O criminoso, que poderá ser condenado a uma pena de até 30 anos, já foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça Criminal.