Com quase duas horas de antecedência a médica Kátia Vargas, chegou ao Fórum Criminal de Sussuarana para a segunda audiência de instrução, e negou ter jogado seu carro sobre a moto dos irmãos Emanuel e Emanuelle, no dia 11 de outubro, em Ondina. O desembarque da oftalmologista, que viajou do Complexo Penitenciário no bairro da Mata Escura até Sussuarana na cela da viatura, aconteceu às 12h40, sem que a imprensa pudesse registrar o fato. A médica é acusada pelo Ministério Público da Bahia de ser a culpada pela morte dos irmãos.
Durante toda a espera o que se pode observar era a médica em contínuo diálogo com um dos agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado da Bahia (SEAP), que orientava a escolta para o desembarque dela.
Os advogados de defesa, Sérgio Habib, e da família dos irmãos, Daniel Keller, acompanharam o depoimento. Em juízo, Kátia Vargas teria garantido que não houve discussão e que não teve choque com a moto. Ela também informou não ter assistido as imagens que mostram o percurso feito pelos veículos.
O promotor Davi Gallo informou que a oftalmologista deixou de responder algumas perguntas que dizem respeito ao momento do fato, como à vida pessoal das vítimas, se ela teria visto os jovens antes do acidente.
Ainda segundo Gallo, a médica disse que não tentou ultrapassar. “Ela não fala a realidade do que aconteceu, mas está no exercício do direito de mentir, de calar. Ninguém é obrigado neste país a produzir prova contra”, explicou o promotor.
O promotor do MP acredita que ela tem 100% de chance de ir a júri popular, mas “é o juiz quem vai decidir”. A partir do dia 21 começa o período de férias forenses e antes disso o juiz Moacir Pita Lima deverá decidir se a oftalmologista irá a júri popular.(Tribuna)