LUÍS AUGUSTO GOMES
Ainda vai render a denúncia do deputado Carlos Gaban (DEM) sobre a contratação sem licitação, por R$ 53,3 milhões, da empresa Damiani, para construção de um prédio para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação cuja obra já havia sido iniciada por outra empresa que teve o contrato, no valor de R$ 42 milhões, cancelado.
O assunto dominou grande parte da sessão de ontem da Assembleia Legislativa. Se anteriormente houve deputados que prometeram informar-se sobre a questão para responder, e outros que trouxeram a tese da “taxa de aceleração” de R$ 7 milhões, desta vez foi o líder do governo, Zé Neto (PT), quem tentou defender a ação da Secti.
Frisando ser inaceitável “qualquer dúvida na coisa pública”, o líder subiu à tribuna anunciando “uma nota” do secretário Paulo Câmera, mas fez apenas uma leitura por alto do texto, da qual não se pôde concluir muita coisa. Assegurou, no entanto, que “o assunto será tratado em profundidade”.
Leia também:
- Governo da Bahia dispensa licitação e paga 11,5 milhões a mais por obra
- Secti renova contrato de aluguel de salas no Suarez Trade por R$ 2,31 milhões
Deputado aponta sustentação política – Gaban ironizou a subida de Zé Neto à tribuna: “Pensei que ele ia anunciar a demissão do secretário”. O oposicionista sente “cheiro de corrupção” na operação e lembra que o caso envolvendo a prisão de um coronel da PM, anos atrás, “é para juizado de pequenas causas” diante do episódio atual.
A diferença, segundo ele, é que “a Polícia Miilltar não tinha a proteção de partidos políticos” – referência à condição de deputado licenciado do secretário Câmera (PDT). Gaban entende que o governo aplica “dois pesos e duas medidas” e anunciou que está investigando se o dinheiro é federal. “Se for, vão trazer a Polícia Federal para cá”. (Por Escrito)