Condenado no processo do mensalão a 12 anos e sete meses de prisão, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato estaria há pelo menos dois meses longe de seu apartamento, uma cobertura na rua Domingos Ferreira, em Copacabana, na zona sul do Rio.
Helena Godoy, 76 anos, mora no 4º andar do mesmo prédio desde a infância. Diz que Pizzolato é “bom vizinho” e que se dá bem com a mulher dele, mas afirma que ele pessoalmente não é visto há algum tempo e que provavelmente estaria em propriedades da família em Santa Catarina.
Helena afirma que Pizzolato vinha fazendo nos últimos meses um trabalho pessoal de relações públicas, para melhorar sua imagem perante os vizinhos. Ele distribuiu para os condôminos um exemplar da revista “Retrato do Brasil”, cujo título da edição de março e abril é “A construção do mensalão” – uma coleção de reportagens e artigos contrários à sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou os réus envolvidos no escândalo.
Uma das reportagens trata diretamente do caso do Banco do Brasil, intitulado “Não viu quem não quis: os R$ 73,8 milhões do BB foram gastos à vista de todo o País”. Helena não acredita nem desacredita da versão do vizinho. “Ele distribuiu um outro lado da história. São argumentos válidos, mas no final a gente fica sem saber a verdade”, afirma.
Vizinhos e funcionários do condomínio dão versões desencontradas sobre os últimos meses de Pizzolato. Alguns afirmam que ele parecia muito bem, alternando períodos no Rio e em Santa Catarina. Outros dizem que ele teria perdido peso e que estaria passando por depressão profunda. (Diário do Poder)