Agência ANSA
Roma – O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, instou a União Europeia (UE) a adotar medidas para evitar novos desastres com imigrantes ilegais, após uma embarcação naufragar na ilha de Lampedusa e deixar mais de 130 mortos nesta quinta-feira (3). Até o momento, 103 corpos foram retirados do mar, sendo que mergulhadores encontraram 40 cadáveres debaixo do navio.
“Estamos diante de mais um desastre de inocentes, talvez o mais arrebatador. Não se pode ficar dando voltas em torno da necessidade absoluta da comunidade internacional, e principalmente da União Europeia, de adotar ações para evitar esses acidentes”, disse Napolitano.
Segundo o presidente, é “indispensável reprimir o tráfico criminoso de seres humanos através de uma cooperação com os países de proveniência e com os que solicitam asilo”.
O vice-premier italiano e ministro do Interior, Angelino Alfano, também criticou a UE. “Espero que a União Europeia se dê conta de que não é um drama italiano, mas sim, europeu”, disse Alfano.
Segundo o ministro do Interior, os pescadores locais “não viram a embarcação durante a noite”. “Se tivessem visto, teriam feito uma intervenção, porque os italianos têm bom coração. Já socorremos 16 mil vítimas de naufrágios”, ressaltou.
A embarcação, que levava cerca de 500 imigrantes à Europa, naufragou próximo a Conigli, em Lampedusa. Os sobreviventes tentaram pedir socorro acendendo uma fogueira em alto mar, que acabou incendiando todo o barco. Um homem de nacionalidade tunisiana, suspeito de ser um dos responsáveis pela embarcação, foi detido pela polícia.
Em seu perfil no Twitter, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que essa é uma “tragédia enorme” e que já está analisando a situação junto com Alfano.
O papa Francisco, que visitou a ilha de Lampedusa em 8 de julho, criticou o acidente desta quinta-feira, classificando-o como “vergonhoso”. Durante sua visita a Lampedusa, o Pontífice tinha dito que a morte de imigrantes em alto mar era “um espinho no coração”.
Balanço oficial – O médico Pietro Bartolo, que comanda as operações de resgate na ilha italiana de Lampedusa, confirmou que, até o momento, foram registrados 93 mortos e 155 pessoas resgatadas com vida do naufrágio ocorrido hoje. Uma mulher que aparentava estar morta foi reanimada e transportada a um hospital de Palermo. Entre as 93 vítimas, há 47 mulheres e quatro crianças. Cerca de 200 pessoas estariam desaparecidas.
No entanto, mergulhadores informaram que foram encontrados mais 40 cadáveres embaixo da embarcação, que pegou fogo e tombou. Com isso, o número de vítimas seria mais de 130. (Ansa Brasil)
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