A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência demitiu, nesta sexta-feira, o servidor Idaílson José Vilas Boas Macedo, assessor da subchefia de Assuntos Federativos (SAF), investigado pela Polícia Federal na operação que apurou o desvio de R$ 50 milhões de fundos de pensão de prefeituras e governos estaduais. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu a abertura de sindicância para apurar a denúncia envolvendo o assessor.
Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o relatório de inteligência da Operação Miqueias diz que o assessor era lobista do esquema e teria feito negociações no Palácio do Planalto. Acusado de tráfico de influência e formação de quadrilha, Idaílson estava na SRI desde março do ano passado e recebia R$ 9.682,03, conforme dados do Portal da Transparência da Controladoria Geral da União (CGU).
Na Operação Miqueias, a Polícia Federal prendeu 20 pessoas no Distrito Federal, no Rio e em Goiânia, acusadas de participar do esquema, que atua desde 2009, e teria movimentado cerca de R$ 300 milhões nesse período. Pelas investigações da Polícia Federal, Idaílson fazia a ponte entre os prefeitos e os aliciadores do esquema, chamados de “pastinha”. A polícia pediu à Justiça a prisão de Idaílson e o bloqueio de suas contas bancárias.
Grampos telefônicos feitos pela PF mostram Almir Bento, membro da organização criminosa, marcando encontros de prefeitos com Idaílson no Palácio do Planalto. Segundo o inquérito, Bento se apresentava como funcionário da Casa Civil. (Luiza Damé, O Globo)