LUÍS AUGUSTO GOMES
O deputado João Bonfim informou que entrará com mandado de segurança nesta terça-feira para garantir que a Câmara de Muquém de São Francisco funcione, mesmo que fora do seu endereço conhecido, e dê posse, com qualquer número de vereadores, ao prefeito duas vezes eleito, Márcio Mariano (PP).
“Por incrível que pareça, o prefeito foi diplomado, mas não conseguiu tomar posse porque os seis vereadores de oposição evadiram-se da cidade, e sem eles não houve número para a sessão”, disse Bonfim.
Na verdade, a coligação do prefeito elegeu sete vereadores contra dois, mas quatro não tiveram o registro deferido, e pelo mesmo motivo que levou ao impedimento de Mariano: a falta de uma certidão que, segundo o deputado, não era exigível, “tanto que a Justiça não acatou a ação”.
O resultado é que as vagas na Câmara Municipal foram preenchidas por candidatos que vinham na ordem de votação, todos da oposição, invertendo-se a correlação de forças, com o placar em seis a três – uma situação que os perdedores também tentarão corrigir judicialmente.
Delegado e escrivão, também não há – O recurso para o mandado de segurança será feito nesta terça-feira porque em Muquém a internet não funciona, não tendo sido possível identificar o juiz que, no presente caso, seria o “terceiro reserva”, como se diz em futebol.
Explica-se: o juiz eleitoral de Ibotirama, que fica a 45 quilômetros de Muquém, afastou-se para tratamento de saúde, enquanto seu substituto eventual, da Vara Cível, está de férias.
A tentativa de posse do prefeito já havia ocorrido com um magistrado de fora, o juiz eleitoral João Lemos Rodrigues, que viajou de Livramento de Nossa Senhora, a 500 quilômetros de distância. Agora, será preciso descobrir quem é o juiz cível substituto de Ibotirama.
Para fundamentar melhor sua argumentação, o deputado Bonfim disse que procurou a delegacia da cidade para fazer um boletim de ocorrência, mas não achou delegado nem escrivão. (Por Escrito)