REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Apesar do apelo dos torcedores, expresso principalmente nas redes sociais, o presidente do Vitória, Alexi Portela, insiste em não divulgar a relação dos associados do clube com direito a voto nas eleições marcadas para dezembro deste ano. Totalmente envolvido com a campanha do diretor Carlos Falcão, que ele quer fazer seu sucessor, a contragosto da maioria dos torcedores, Alexi sempre disfarça quando é questionado sobre a divulgação da lista de sócios, para que outros postulantes ao cargo de presidente possam trabalhar e divulgar suas propostas.
O fato de somente Carlos Falcão ter acesso à lista é antidemocrático e só faz deixar claro que o Vitória está longe de ser um clube aberto e transparente, como costuma assegurar o seu atual presidente. Alexi parece que não enxergou ainda os erros do gênero praticados pelo rival Bahia, mergulhado em uma crise administrativa e financeira sem precedentes, justamente porque o presidente deposto, Marcelo Guimarães Filho, fechou o clube para a torcida, presidindo-o como se a instituição fosse de propriedade da família Guimarães.
As reações da torcida e de conselheiros à candidatura de Carlos Falcão e a teimosia de Alexi Portela em querer impor o seu pupilo como presidente tomam conta das comunidades de torcedores nas redes sociais Facebook e Twitter. Sem acesso à mídia, que abertamente só divulga a mesma coisa – que não vai haver bate-chapa e que Falcão já está eleito -, esses segmentos aproveitam a internet para apontar a falta de qualidade de Carlos Falcão para assumir o cargo mais alto do centenário Esporte Clube Vitória. No Facebook, as hostings #ForaAlexi, #ForaFalcão e #NãoArenaFonteNova dão o tom às apimentadas discussões.
Apesar de só ele ter a relação dos sócios que vão poder votar daqui a 108 dias e de dizer que tem o Conselho Deliberativo sob controle (recentemente Falcão anunciou uma passagem aérea e tudo mais pago pelo clube para que um conselheiro escolhido ou sorteado acompanhe os jogos do Leão fora de Salvador), o único projeto concreto que o candidato de Alexi mostrou até aqui foi o de tirar o clube do Barradão e colocá-lo na Fonte Nova. Com a reação em peso da torcida, ele recuou. Nada, absolutamente nada, visando ampliar a infraestrutura e a modernização saem da boca ou da cabeça do candidato de Alexi.
Vai haver disputa, sim – O que parecia ser uma eleição tranquila, o pleito rubro-negro tem tudo para ser muito disputado e concorrido. É quase unânime a voz do torcedor para a importância de que candidaturas surjam para disputar as eleições. O conselheiro Fábio Mota, Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, do governo federal, já avisou que vai para a disputa e que não aceita o nome que Alexi quer para presidir o clube. Aliás, o crescimento do nome de Mota na preferência do torcedor é notável. Ontem, também, já se dava como certa a vontade de Ivan de Almeida em concorrer.
É importante para a instituição EC Vitória que a democracia prevaleça e que Alexi Portela divulgue imediatamente a lista dos sócios com direito a voto. E mais importante ainda, que o clube fique à margem do domínio de partidos políticos, como acontece com o rival EC Bahia. Fala-se que Carlos Falcão é muito bem relacionado com grupos políticos do governo Wagner e com o pessoal da Arena Fonte Nova. Sem dúvida, uma péssima notícia.
Fora os políticos – A torcida do Vitória não quer nem imaginar ver uma figura tipo um Sidônio Palmeira da vida, marqueteiro do PT, circulando na Toca do Leão como diretor, como faz ele atualmente e com muita desenvoltura, nos bastidores do Bahia. E muito menos o também petista, Robinson Almeida, secretário de Comunicação de Wagner, dando as ordens dentro do clube. Almeida é conslheiro e um dos defensores da louca ideia de se esvaziar o Barradão. Ideia de petista aloprado, diga-se.
Já basta a interferência dos políticos Otto Alencar e Marcelo Nilo, ambos conselheiros, que sempre trabalham para que o clube fique dominado pelo governo. Não é isso o que os verdadeiros rubro-negros almejam e projetam para o Vitória. A instituição precisa se livrar dessa interferência político-partidária tão malígna, que só faz contribuir para que o clube fique sempre na mesmice, sem nada projetar e sem metas que possam alavancar o seu desenvolvimento.
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