Matério do jornal O Globo diz que fez um show com muito refrão, muito pulo e muita falação. “Acho que é a minha sétima apresentação no Rock in Rio”, disse Ivete Sangalo em um dado momento de seu show. Talvez por se sentir tão à vontade, a cantora baiana (única brasileira no horário das 20h30m no Palco Mundo, reservado a estrangeiros em todos os outros dias) tenha “conversado” tanto com o público, anunciando a gravação de seu próximo DVD, a ida ao Rock in Rio Lisboa em 2014 e tagarelando sobre assuntos gerais.
Apesar de promover uma “pipoca” – no jargão do carnaval baiano, a ala do povão que pula sem os limites da corda que resguarda os felizes portadores de abadás – a cada refrão que cantava, Ivete não repetiu a performance avassaladora de 2011, em um show com muitas interrupções e escolhas duvidosas de repertório.
“País tropical”, por exemplo, que abriu a apresentação – enquanto o Living Colour ainda tocava no Palco Sunset. Um clássico, todo mundo pula, é claro. Mas precisava? Uma cantora com tantos sucessos próprios? Pois é. De qualquer forma, o povo embarcou na cama elástica imaginária, da qual praticamente só saía quando ela começava a fazer seus anúncios. “Arerê”, “Na base do beijo” e outros sucessos com refrãos igualmente indigentes comandavam a aeróbica. Em vez de apenas cantar, Ivete resolveu fazer piadas com Beyoncé, que se apresentaria ao final da noite.
— Pedi um ventilador só para mim — disse ela, antes de encontrar o eletrodoméstico e deixar os cabelos voarem, como faz a cantora americana. — Mão na cabeça, mão na cintura…