REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O processo de licitação para a concessão do sistema ferryboat, que deve ocorrer em setembro, caminha para ter o mesmo desfecho da licitação de 2006, quando somente uma empresa apresentou proposta, no caso a TWB. A licitação do metrô ligando Salvador a Lauro de Freitas, também só terá um candidato. Carta marcada? Combinação? No caso do ferryboat, em 2006 (governo Paulo Souto) foram levantadas muitas suspeitas. A TWB já estava atuando no ferry, com um contrato emergencial, participou sozinha e levou concessão por 25 anos. No contrato, uma das cláusulas previa investimento de R$ 100 milhões na melhoria do sistema, que seria feito pela concessionária. A empresa das três letrinhsa não investiu nada porque seu negócio era outro: promover o sucateamento das embarcações para (ela) construir novas e vendê-las ao Estado com superfaturamente.
Agora, os boatos já circulam em cima da futura licitação da travessia Salvador-Ilha de Itaparica. Como a TWB, a maranhense Internacional Marítima também foi convidada pela Seinfra/Agerba para assumir emergencialmente, por seis meses, as operações do sistema. A história, nesse aspecto, é igualzinha à de 2006. O governo, sempre com os cofres do dinheiro público abertos, colocou R$ 40 milhões, nesse período emergencial para reformar os ferries. Os serviços, acreditem, foram feitos pela própria Internacional, em parceria com a baiana Lumar. Como no caso da TWB, quando o Estado também tinha investido na reforma das embarcações, a frota já está sucateada de novo.
Agerba nada divulga -Vasculhando o site da Agerba (Agência de Regulação da Bahia), não existe nada ainda divulgado sobre a nova licitação do sistema ferryboat, que, se o prazo for realmente cumprido, teria que acontecer em 14 de setembro próximo, quando termina o contrato “emergencial” da Internacional Marítima.
Contudo, em uma audiência pública na última sexta-feira em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Eduardo Pessoa, diretor-executivo da Agerba, garantiu que o edital de “intenção” da licitação já tinha sido publicado e que em outubro haverá a concorrência. Soa muito estranho o fato de um assunto importante como é a licitação do sistema ferryboat não merecer uma linha sequer de notícia no site oficial da instituição. No link dedicado às licitações, nenhum edital publicado.
Essa mistura de marmelada com concessão, engenhosamente criada, fez o sistema ferryboat entrar em parafuso e sucateou o patrimônio público.
Na mesma audiência pública em Vera Cruz, Eduardo Pessoa reconheceu que o serviço da Internacional Marítima, a empresa que a Agerba trouxe para a Bahia, estava deixando muito a desejar. Era o mínimo que poderia ter feito diante de uma plateia formada em sua maioria por representantes da comunidade da Ilha de Itaparica, obrigada a conviver diariamente com o serviço caótico do sistema ferryboat.
Gastança – Pessoa, no entanto, procurou tranquilizar os críticos do servicinho ordinário, anunciando que o governo está comprando três embarcações na Europa para reforçar a frota. O dinheiro, portanto, é publico. Não deu detalhes do montante do investimento, que não deve ser inferior a R$ 80 milhões. Parece que o contigenciamento decretado pelo governador Jaques Wagner não atinge a Secretaria de Infraestrutura do vice Otto Alencar.
O mais interessante é que quando o governo da Bahia licita o ferryboat, a ”nova empresa” se responsabiliza apenas em chegar na Bahia, demitir e contratar pessoal e mais nada. Não investe um centavo e fatura toda a receita do sistema. Como se em nosso Estado não tivessem empresários capazes de gerir o sistema, que os governantes incompetentes vivem a alardear que “é uma coisa difícil”, que “na Bahia não existe empresa de navegação capaz”.
Puro blá-blá-blá. Pura mentira para desviar a atenção do negócio, que é rendoso e que já enriqueceu muita gente. O sistema sempre foi gerido por gente da terra e com muito mais competência. Desde que governantes da Bahia adotaram essa mistura de marmelada com concessão, o sistema entrou em parafuso. Esse blá-blá-blá que se faz, trazendo empresários de fora sem nenhum compromisso com a Bahia e que só visam o lucro e o sucateamento do patrimônio público, tem muito a ver com a propaganda enganosa que o governo faz sobre os vergonhosos indicadores de violência da Bahia. A culpa da violência é do crack e não da falta de ação, de projetos, de seriedade e de competência desse governo.
P.S. Eduardo Pessoa avisou na audiência pública que a Agerba ainda está “fechando” o balanço sobre os R$ 40 milhões gastos pelo Estado na reforma dos navios. Esse balanço era para ser divulgado desde que acabou a intervenção da Agerba na TWB, dia 14 de março. Pelo tempo que estão trabalhando no fechamento, a agência parece encontrar dificuldades para contabilizar os gastos e explicar depois porque tantos motores dos navios foram trocados por novos e dias depois quebraram.
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