Barcelona – Agora o brasileiro Cesar Cielo é o único não americano, australiano ou europeu a ter no currículo cinco medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais dos Esportes Aquáticos. Ele se sagrou bicampeão mundial dos 50m borboleta, na final desta noite (seg, 29/7) em Barcelona, com o tempo de 23s01. A segunda etapa da natação deu ao Brasil sua sétima medalha na competição (2 ouros, 2 pratas, 3 bronzes), uma campanha inédita para a história do país nos Mundiais da FINA.
Comemorando muito o resultado que o coloca ainda mais alto na história da natação brasileira e mundial, Cesar disse que a prova foi tensa.
– Foi uma prova diferente, muito tensa e nervosa. Todo mundo se olhando meio torto… Uma coisa diferente do que a gente está acostumado. Os últimos 10 metros fizeram toda a diferença. Apostei em não respirar. Primeira vez que eu não respirei nos 50m borboleta. O importante era bater em primeiro tanto que os tempos foram piores do que os da fase semifinal. Mas estou muito feliz. Se o mundo acabasse agora eu já estava satisfeito. Ganhar a prova depois da minha operação e da recuperação foi especial. Eu tenho a foto do Nadal e do Ronaldo no meu quarto, que tiveram o mesmo problema que eu tive nos joelhos e foram grandes atletas. Graças a Deus tem um monte de gente que acredita em mim. Com esse são 13 pódios importantes na minha vida e me sinto muito aliviado. Que venham mais coisas, mais títulos… Estou com 26 anos ainda e muita coisa ainda pode acontecer. Cesar lutava há algum tempo com tendinopatia nos dois joelhos, até que em setembro de 2012 fez a operação e passou pelo longo período de recuperação até estar pronto para competir outra vez. Em abril, no Troféu Maria Lenk que selecionou o grupo para Barcelona chegou a declarar: “Meu principal adversário são meus dois joelhos”.
Em Barcelona ele soma mais ouro na vasta coleção de conquistas (ver lista no final). O pódio foi completado pelo australiano Eugene Godsoe, 23s05, e pelo grande amigo de Cielo, o francês Frederick Bousquet, 23s11. Na mesma prova, Nicholas Santos, que terminou a semifinal com o melhor tempo, não conseguiu repetir a performance e bateu na trave ao ficar na 4ª posição marcando 23s21, 10 centésimos atrás de Bousquet.
– Não saiu como eu queria, mas pódio de velocidade é isto aí. Não cheguei bem na placa. Não estou feliz, mas era o que eu tinha que fazer – resumiu Nicholas Santos
Na semifinal dos 200m livre, Nicolas Oliveira não conseguiu repetir o tempo das eliminatórias, 1m46s99, e ficou fora da final da prova. Na primeira bateria de semifinais ele fez 1m47s42 que o deixou na 11ª posição.
– Deu uma pesadinha agora à tarde. A série foi toda devagar, vacilei um pouco no fim, também. Ficou aquele gostinho de querer mais uma chance pois se eu repetisse o tempo da manhã estaria na final (nota: se repetisse a marca da manhã, Nilo iria para a final com o 5º tempo). Numa competição grande como um Mundial não se pode vacilar. Mas estou firme e forte, dando um pequeno grande passo de cada vez. Vou aos pouquinhos, aproveitando todos os momentos com a família, amigos, pois tenho 25 anos e não posso pensar muito longe. Mas foi bom pois de manhã baixei bem meu melhor tempo – concluiu Nicolas, que saiu bem tranquilo da piscina.