Reportagem da edição de ontem do Correio mostrou que a tropa da PM baiana não só está acima do peso como beira a obesidade. O Índice de Massa Corporal (IMC) atinge, em média, 29,5 Kg/m², bem próximo dos 29,9 Kg/m², limite dos obesos de nível 1. Mas, poderia ser pior. Há pouco mais de um ano, diante do porte físico avantajado de boa parte da corporação, o Departamento de Saúde (DS) criou uma espécie de spa para cuidar dos policiais mais gordinhos.
A chamada Clínica de Profilaxia e Saúde, com centro de educação física, funciona na Academia da Polícia Militar, nos Dendezeiros. Somente os casos mais críticos, onde há a procura individual do policial ou indicação de superiores, têm acesso. Como qualquer spa, o centro tem como premissas a reeducação alimentar com dietas rigorosas e, claro, muita atividade física.
Desde o início do funcionamento da clínica, 150 policiais já passaram pelo tratamento, ficando afastados de suas atividades de rua em períodos de seis meses. “Temos capacidade para turmas de 50 PMs. É o início de um trabalho para mudar a realidade física da tropa”, afirmou o coronel Nelson Ribeiro, coordenador do DS.
O número de reabilitados é pequeno, reclamam os policiais. “O período de acompanhamento também é curto. Eu mesmo fiz cirurgia de redução do estômago e deveria dar continuidade ao tratamento, mas não posso porque existe um período máximo”, disse um soldado, que recentemente passou pelo spa. “É muito pouco. A demanda é bem maior”, critica o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), Marco Prisco.