A primeira aparição pública da presidente Dilma Rousseff após as vaias na abertura da Copa das Confederações, há 19 dias, em Brasília, conta com uma plateia formada por movimentos sociais próximos ao PT, nesta quinta-feira (4), em Salvador.
Mais de 20 ônibus trouxeram representantes do Fórum Baiano de Agricultura Familiar, parte deles do interior do Estado, a convite do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A sala no Centro de Convenções da Bahia, com capacidade para cerca de 2.000 pessoas, está lotada.
Em meio a uma onda de manifestações nas ruas do país, o público presente aplaudiu todos os políticos que já discursaram no lançamento do Plano Safra Semiárido.
A maioria dos pequenos agricultores veio, na verdade, de bairros pobres da capital como Mata Escura, Canabrava e Cajazeiras. “Somos 1.300. Foram 16 ônibus só com a gente”, disse à Folha o presidente da Comunidade Paz e Vida, Clebson Silva, 34.
Um outro grupo, com bonés verdes, é da Frente de Trabalhadores Livres, baseada no município de Curaçá, no norte do Estado.
Porém, depois de dizer que atendeu a convite do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o coordenador da entidade, Luzemberg Baldini, 48, não quis revelar quem bancou os gastos dos sete ônibus da “comitiva”.
O Plano Safra Semiárido pretende garantir “segurança produtiva” aos produtores rurais da região. É o primeiro plano do governo federal voltado especificamente para o Nordeste.
Além do lançamento, a presidenta fez entrega de 323 máquinas retroescavadeiras e motoniveladoras a 269 municípios baianos, além de ônibus escolares do Programa Caminho da Escola.
Ao final do discurso da presidente, o locutor oficial do evento anunciou que haveria almoço para os “membros dos movimentos sociais” no segundo andar do centro de convenções. (Nelson Barros Neto, da Folha)