As mais de três semanas de protestos impactaram profundamente a pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência em 2014, mostra uma pesquisa do Datafolha, publicada na edição deste domingo da “Folha de S.Paulo”. O levantamento mostra que a taxa de intenção de votos na presidente caiu 21 pontos percentuais, estando atualmente em 30% — ou seja, ela ainda lidera, mas teria que disputar um segundo turno com Marina Silva (Rede Sustentabilidade), cujas intenções cresceram de 16% no ínicio de junho para 23%. Neste cenário, foram incluídos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSDB).
A pesquisa que ouviu mais de 4 mil pessoas em 196 cidades, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofre uma queda muito menor de popularidade do que Dilma, e venceria no primeiro turno, num cenário contra Marina, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Lula, que tinha 55% das intenções de voto no início de junho (antes dos protestos), tem 46%; seguido por Marina e Aécio.
Mesmo negando ser candidato, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, viu suas intenções de voto dobrarem do início de junho para cá: contra Dilma, Barbosa passou de 8% para 15%; já contra Lula, de 8% para 13% — se Barbosa se candidatasse num cenário contra Lula, o ex-presidente provavelmente disputaria um segundo turno. Já Aécio Neves aparece na terceira colocação em todos os cenários, menos se Barbosa disputar a Presidência: os dois ficariam em empate técnico.
Marina Silva, que tenta viabilizar o seu partido Rede Sustentabilidade, foi a que mais subiu nos quatro cenários pesquisados pelo Datafolha: entre sete pontos (com Dilma e sem Barbosa) e dois (com Lula e com Barbosa). Aécio Neves cresce entre três pontos (com Dilma) e um (com Lula). (O Globo)