REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – A péssima qualidade do serviço prestado pelo Sistema Ferryboat, operado pela maranhense Internacional Marítima, engrossa a relação das queixas dos moradores da Ilha de Itaparica e cidades do Recôncavo no protesto que será realizado nesta quinta-feira (20), em Salvador. As delegações da Ilha vão se concentrar amanhã, a partir das 11h, na Praça de Vera Cruz (Mar Grande), de onde sairão com destino a Salvador para participar da manifestação.
Outros problemas enfrentados pela população da Ilha são: (in)segurança pública, serviço de saúde precaríssimo, transporte defIciente, gestões municipais de péssima qualidade, obras irregulares, estradas acabadas, falta de saneamento, abastecimento de água e coleta de lixo.
Organizado pelo grupo “Eu Posso Mudar Salvador”, os manifestantes sairão às 14h do Campo Grande com destino à Arena Fonte Nova, onde acontece às 19h o jogo Uruguai x Nigéria. O protesto pretende levar mais de 20 mil pessoas às ruas da capital. Além de moradores da Ilha de Itaparica, delegações de diversas cidades, como Santo Antonio de Jesus, Nazaré, Feira de Santana, Valença e Amargosa vão estar presente.
Ferryboat Continua o Mesmo – Apesar do ”esforço” do governo em despejar dinheiro público no sistema Ferryboat, que é explorado por uma empresa privada, a situação continua a mesma. Mesmo operando o sistema na baixa estação, quando a demanda de passageiros e veíiculos é a metade se comparada ao Verão, a empresa Internacional Marítima é questionada pelos usuários por não cumprir horários, por colocar sempre um número reduzido de embarcações em tráfego (a empresa sempre divulga a mais para enrolar a imprensa) e por dificultar o melhor atendimento da população.
“O sistema de hora marcada, que sempre existiu no ferryboat e facilitava a vida dos usuários, acabou. A Internacional decretou também o fim do SIB, um sistema de fidelização que atendia aos usuários que precisam se deslocar diariamente para a Ilha de Itaparica e vice-versa. Resultado: profissionais como médicos, professores, comerciantes, estudantes que necessitam usar o ferry diariamente, enfrentam filas diárias para comprar passagens, mesmo na baixa estação. Esta situação se agrava em feriados prolongados, como agora. A concessionária, que já tem três meses na Bahia, nada faz. E a Agerba, que devia fiscalizar, se omite”, sustenta a empresária Lenise Ferreira, presidente da Associação Comercial de Vera Cruz (Ilha de Itaparica).
Outras queixas dos usuários são referentes ao tempo da travessia, hoje nunca inferior a 1h e 10m. A média para se chegar na Ilha hoje é sempre superior a mais de uma hora. Antes os navios faziam em 45m ou 50m. Hoje até os dois mais novos, o “Ivete Sangalo” e o “Anna Nery”, que faziam o percurso em 35m, levam mais de uma hora. E mais: a sujeira nos sanitários, no interior das embarcações e nos terminais marítimos de São Joaquim e Bom Despacho envergonham aos baianos e turistas.
Wagner e Otto Alencar – Quem trouxe a Internacional Marítima para explorar o Sistema Ferryboat foi o PT do governador Jaques Wagner e o PSD do vice-governador Otto Alencar. Recomenda-se cuidado e atenção dos governantes com esse problema eterno enfrentado pela população, principalmente nessa época de protesto em todo o país por melhoria de serviços, por tarifas menores e por combate à corrupção. E por transparência nas ações do governo, que é muito chegado a gastar dinheiro do cidadão em negócios superfaturados, como é o caso desse horrível Sistema Ferryboat.
Aliás, cabe uma pergunta aqui: a Agerba (ou a Seinfra) já prestou conta detalhada sobre os R$ 30 milhões investidos na “reforma” dos navios? Não foi dito que o Ministério Público acompanharia tudo e que divulgaria amplamente para a população?
E o Dossiê? – A Internacional Marítima não tem uma passado muito bom, não. Fala-se que seus donos são envolvidos até o pescoço com a famosa família do senador José Sarney. Será que a imprensa toda da Bahia não sabe nada sobre isso? Será que a imprensa da Bahia não leu um dossiê da revista VEJA sobre o caso Jorge Murad e a mala de dinheiro encontrada em um hotel de São Luís do Maranhão?
Será que o governador Jaques Wagner, um político atento, não sabe nada sobre o assunto? E o secretário Otto Alencar, cuja secretaria (Seinfra) escolheu a empresa para suceder a TWB, não pesquisou? Ou tudo que foi dito pela VEJA com respaldo da Polícia Federal não vale nada?
Cuidado com esses protestos que estão explodindo no Brasil inteiro. A situação mudou, é diferente. Essa coisa de passar o trator por cima de tudo, por cima de atos ilícitos, vai acabar um dia. Lembrando mais uma vez: os motivos principais para as manifestações do povo em todo o país é o combate à corrupção e a prisão dos mensaleiros, que (ainda) continuam soltos.
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