Várias partes da cobertura da Arena Fonte Nova não suportaram o volume de água das chuvas que caem em Salvador desde a madrugadas desta segunda-feira (27) e romperam. Operários estão no estádio tentando retirar a água do teto, enquanto técnicos foram convocados ao local para avaliarem a dimensão do problema.
A Arena Fonte Nova foi inaugurada dia 7 de abril e será palco de jogos da Copa das Confederações e do Mundial 2013. Dia 22 de junho será o local do jogo Brasil x Itália.
Hoje a TV mostrou imagens com os estragos causados pelas chuvas na cobertura da Arena Fonte Nova, que podem ser conferidas no vídeo abaixo:
Velho problema – No dia 19 de fevereiro deste ano, o JORNAL DA MÍDIA divulgou matéria do correto jornalista Luís Augusto Gomes, que assina o blog Por Escrito, anunciando que o Consórcio Arena Fonte Nova estava contratando a conhecida empresa norte-americana 3M para tentar resolver as sérias dificuldades que vinha enfrentando desde dezembro com a cobertura do novo estádio.
O texto dizia, na oportunidade:
“Aparentemente, todas as folhas da membrana de cobertura estão assentadas, e a informação oficial é de que só falta encaixar entre elas as calhas para captação de água. Mas, segundo fonte bastante próxima do empreendimento, a situação não é bem a que se divulga”.
Sustentava mais a matéria:
“A fonte reitera a informação prestada a este blog no início de janeiro, dando conta de um erro de projeto que estaria impedindo o encaixe correto – ou seja, parafusado – da membrana na estrutura metálica de sustentação da cobertura. Por isso, tentou-se uma solução de engenharia, que terminou não dando os resultados esperados”.
Solução não serviria para a Copa do Mundo – Depois de assentadas as folhas da membrana de cobertura, ficou confirmado que não era possível parafusá-las nos arcos intermediários da estrutura. Foi quando surgiu novo problema, provavelmente causado pelo primeiro: uma folga em várias das braçadeiras que fixam a membrana à estrutura.
Em função desse problema é que teria sido contratada a 3M para aplicar sua tecnologia de ponta no sentido de colar a membrana à estrutura nos pontos nos quais não foi possível parafusar.
A solução, segundo a mesma fonte, é tida como provisória, para que o estádio seja inaugurado no prazo e possa sediar os jogos da Copa das Confederações, mas não poderá ser mantida para a Copa de 2014.
Mesmo tendo a 3M expertise no assunto, já que suas colas são usadas em foguetes da Nasa, a equipe do projeto da Arena Fonte Nova não considera prudente manter esse improviso, temendo eventual excesso de água sobre a cobertura – cada folha pesa 1,5 tonelada –, e busca uma solução de engenharia.
Na ocasião, Luís Augusto fez três questionamento aos responsáveis, na expectativa de que as respostas trouxessem o devido esclarecimento sobre o assunto:
1. Foi ou não contratada a 3M? Em caso afirmativo, com que finalidade? Era uma contratação prevista no contrato original? Quem paga pelos serviços?
2. Todas as folhas da membrana de cobertura do estádio estão inteiramente parafusadas às estruturas de sustentação?
3. Houve ou não um erro de projeto na cobertura do estádio?
Os responsáveis pela obra não responderam e a imprensa baiana não tocou no assunto, exceto alguns sites e blogs que repercutiram a matéria de Luís Augusto. Por que o Governo do Estado e a imprensa calaram sobre um problema que envolve a segurança do estádio e a vida de milhares de torcedores?
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