LUÍS AUGUSTO GOMES
Apontada como apenas “de relacionamento”, a passagem na Bahia do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, deixou claro que o partido está pressionando fortemente pela candidatura ao governo do vice-governador Otto Alencar, cuja imagem, pela primeira vez desde seu retorno à política, apareceu em outdoors.
Estava, é verdade, ao lado de Kassab, convidando para palestra em Feira de Santana, mas o caso tem tanto cheiro eleitoral que recordou recurso semelhante usado recentemente pelo radialista Mário Kertész, anunciando um programa, e que acabou alvo de denúncia do procurador eleitoral como antecipação de campanha.
Kassab disse claramente em Salvador que deseja a candidatura de Otto, possivelmente a grande chance de o PSD eleger um governador, ao lado de Raimundo Colombo, que tentará a reeleição em Santa Catarina. Para isso, já deu o passo fundamental: fechou o apoio à presidente Dilma, também na perspectiva de disputar o Senado numa chapa com o PT em São Paulo.
Wagner por enquanto só pensa em Rui – Nas bases do PSD baiano, a interpretação é de que o governador Jaques Wagner insiste na viabilização do secretário Rui Costa, apesar da resistência em grupos políticos aliados, que não só enxergam melhores opções como temem uma derrota.
“Todo o mando do governo está se dando através de Rui, como vemos na questão da seca e da mobilidade urbana, e isso mostra que o governador mantém seu plano”, disse uma fonte, advertindo para a dificuldade que o partido, ao contrário do seu líder, tem para se conformar.
Destacando a “história” de outros nomes disponíveis, a fonte afirma que “o peso de Wagner é grande, mas não se pode comparar esse processo com o de Dilma, que teve o apoio de Lula em condições muito mais favoráveis”.
Nos contatos mantidos no interior do Estado com diversos grupos políticos do governo, “o que se tem visto é que Otto é um candidato natural. Estão querendo viabilizar Rui, numa tentativa radical para manter o poder com o PT, mas as bases vão ter de ser ouvidas nessa decisão”. (Por Escrito)