Grampos telefônicos realizados pela Polícia Federal durante a Operação Concutare, que investiga um esquema de venda de licenças ambientais no Rio Grande do Sul, mostram que o ex-secretário de meio-ambiente do estado Carlos Fernando Niedersberg – uma figura influente do PCdoB gaúcho – pediu dinheiro para um instituto suspeito de envolvimento nas fraudes. Os diálogos revelam que o valor seria usado para vitaminar a campanha eleitoral de uma correligionária, Jussara Cony (PCdoB), que se candidatou a vereadora em 2012 e acabou sendo eleita.
A informação foi revelada pelo jornal gaúcho Zero Hora, que afirma ter obtido cópia de uma decisão judicial que autorizou a deflagração da operação, na segunda-feira. Durante essa fase da operação dezoito pessoas foram presas, entre elas Carlos Fernando Niedersberg, que ocupava há apenas um mês a chefia da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, e Fernando Záchia (PMDB), que estava no mesmo cargo em Porto Alegre e também é suspeito de participação no esquema.
Doação – De acordo com o jornal gaúcho, o pedido de Niedersberg foi feito a Giancarlo Tusi Pinto, diretor do Instituto Biosenso. De acordo com as investigações, o instituto funcionava como um “despachante ambiental” ilegal: pagava propina para agentes públicos que, por sua vez, concediam as licenças para empresários que haviam procurado o Biosenso. Tanto Giancarlo Pinto quanto o presidente do Biosenso, Berfran Rosado, já ocuparam o cargo de secretário do Meio Ambiente no governo Yeda Crusius (2007-2010) e são filiados ao PPS. Os dois também foram presos pela PF na segunda-feira. (Veja)