O atentado à Maratona de Boston, que matou três pessoas e deixou mais de 280 feridos, poderia ter sido um ataque suicida e ocorrido no feriado da independência americana, no dia 4 de Julho. As informações foram reveladas pelo acusado, o jovem Dzhokhar Tsarnaev, a investigadores do FBI.
Os novos detalhes emergiram nesta quinta-feira, em uma tentativa de descobrir como os irmãos se radicalizaram e o papel que a mulher de Tamerlan – o mais velho, morto em confronto com a polícia quatro dias após o atentado – pode ter desempenhado na trama, ou ajudado os dois a fugir após os ataques.
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À emissora CNN, fontes do governo dos EUA disseram que as bombas foram feitas no apartamento onde Tamerlan morava com a mulher e a filha do casal, de 3 anos. O advogado de Katherine, Amato DeLuca, defende que sua cliente nada sabia sobre os planos do marido e do cunhado.
Eles teriam terminado de construir as bombas no apartamento de Tamerlan em Cambridge, Massachusetts, mais rápido do que o previsto e por isso decidiram adiantar o ataque para a Maratona de Boston, em 15 de abril – feriado do Dia do Patriota. Os irmãos escolheram a linha de chegada da corrida após dirigir por Boston à procura de locais alternativos, de acordo com uma fonte policial.
Dzhokhar teria contado às autoridades que ele e seu irmão assistiram pela internet aos sermões de Anwar al-Awlaki, um clérigo radical americano que se mudou para o Iêmen e foi morto em setembro de 2011 em um ataque de drones americanos. Não há indicação de que os irmãos se comunicassem com Awlaki antes de sua morte.
O irmão mais novo era cidadão americano desde o ano passado, enquanto o pedido de Tamerlan – que chegou a ser interrogado pelo FBI em 2011, mas liberado, diante de indícios de extremismo religioso – ainda estava sob análise das autoridades quando houve o atentado em Boston.
Duas semanas após a morte de Tamerlan, a família do checheno retirou seu corpo do Instituto Médico Legal nesta quinta-feira. A causa da morte do jovem de 26 anos não será divulgada até que atestado de óbito seja arquivado em um cartório de Boston. A viúva de Tamerlan, Katherine Russell tinha dito que queria que a família reclamasse o corpo.
Nesta quinta-feira, a CNN informou que Katherine contou aos investigadores ter conversado com o marido após a foto dele ter aparecido na TV como um dos suspeitos do ataque. A fonte, no entanto, não revelou o teor da conversa.
Um dia antes, três amigos de Dzhokhar foram detidos e acusados de obstruir a Justiça. Azamat Tazhayakov e Dias Kadyrbayev, ambos de 19 anos, eram colegas de classe na faculdade de Dzhokhar e foram acusados de ajudá-lo a encobrir sua participação no crime. O outro preso é o americano Robel Phillipos, da mesma idade e acusado de mentir para a polícia.
Os jovens jogaram fora, três dias após o atentado, um computador, uma mochila com fogos de artifício encontrados no apartamento de Dzhokhar para não incriminar o amigo. O FBI conseguiu recuperar o laptop. (O Globo)