Não estamos no semiárido baiano, mas a chegada da chuva em parte do bairro de Cajazeiras tem sido comemorada tanto quanto nos locais que sofrem com a seca. É que lá a estiagem acontece nas torneiras há mais de uma semana. A solução para a falta de abastecimento é armazenar a água que vem do céu. “Damos graças a Deus que está chovendo. Tem tido briga pelas bicas das casas para recolher água da chuva pra cozinhar, dar banho nas crianças”, conta a técnica de enfermagem, Vanessa Queiroz, 28 anos.
Cansada de esperar só pela chuva, se juntou a outros vizinhos da rua Maria Antonieta e fecharam a rua Juscelino Kubitschek, a principal do bairro, com uma sucata de um carro, troncos de árvores e baldes nas mãos, em protesto. “Se não resolverem, vamos é para a porta da Embasa fazer barulho até voltar a água”, adverte.
A Embasa explica que os problemas no abastecimento que afetaram 88 bairros de Salvador na última semana foi provocado por uma manutenção emergencial realizada na segunda-feira na adutora de água que liga a Barragem de Pedra do Cavalo a Estação de Tratamento do sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Salvador, responsável por 60% da oferta de água na cidade.
Ontem pela manhã, através de nota, a companhia informou que o abastecimento havia sido normalizado em 80 bairros. Apenas Alpha Ville II, Boca da Mata, Canabrava, Jardim das Limeiras, Pau da Lima, São Marcos, Sete de Abril e Vale dos Lagos não tinham, segundo a Embasa, retornado o fornecimento. “A empresa esclarece que o retorno do fornecimento é mais demorado em regiões consideradas críticas, ou seja, de ocupação irregular intensa e topografia elevada. O abastecimento nessas áreas é prejudicado também pela existência de imóveis com dois, três ou mais pavimentos sem instalações hidráulicas adequadas e sem reservatórios”, diz a nota.(Correio)