Um ato de indisciplina do goleiro Bruno Fernandes de Souza o levou a perder o direito de trabalhar por tempo indeterminado na lavanderia do complexo penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está preso desde junho de 2010. A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) confirmou a suspensão do benefício visando a remissão de pena, já que para cada três dias trabalhados, o detento reduz um de sua condenação. Mas o órgão não informou que tipo de indisciplina foi cometida por Bruno.
O advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, disse que esteve com seu cliente na quinta-feira e foi informado por ele que não estava mais trabalhando. Ainda segundo o advogado, Bruno Fernandes foi transferido para o pavilhão 1, o mesmo que foi palco de uma rebelião em fevereiro, quando 90 detentos fizeram reféns uma professora e um agente penitenciário por mais de 24 horas.
Bruno e outros sete envolvidos respondem pela trama de sequestro e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro, com quem teve um filho. No dia 8 do mês passado ele foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Eliza, além de sequestro do filho do casal, com pena total de 22 anos e 3 meses. Para ter direito à progressão do regime fechado para o semiaberto, em que poderia sair diariamente para trabalhar, Bruno tem que cumprir 7 anos, 9 meses e 15 dias de prisão da pena. O trabalho na penitenciária e o benefício de estudar são fundamentais para que ele reduza esse período atrás das grades, com a remição de pena. (Estado de Minas)