REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – Com apenas oito dias operando o sistema ferryboat, a Internacional Marítima começa a ser criticada pelos usuários. Dos cinco navios que ela encontrou, só três estão em operação e desses, o “Pinheiro”, que foi reformado por ela na Base Naval de Aratu, voltou a quebrar. A Internacional já embolsou mais de R$ 20 milhões do governo por conta da reforma das embarcações, confirme informações do vice-governador Otto Alencar, mesmo antes de ter assinado o ”contrato emergencial” de seis meses para tomar conta do sistema.
As queixas dos usuários vão desde ao reduzido número de embarcações em tráfego (apenas três) até ao fraco atendimento nos terminais e falta de informação ao público. Na quarta-feira, a fila de veículos para embarque, em Salvador, passou da Feira de São Joaquim. Em Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, passou da antena da Rádio Sociedade.
“Ninguém diz nada, não se informa nada e a bagunça continua. E o pior: agora a gente procura um fiscal da Agerba para reclamar e todo mundo se esconde. O Verão terminou agora minha gente, três ferries não atendem nem no inverno. O sol está aí e muitas pessoas querem ir ainda para aproveitar os finais de semana na Ilha, mas com esse servicinho termina a Internacional afugentando os usuários”, diz o leitor Jaime Costa Conceição, em e-mail ao JORNAL DA MÍDIA.
Prioridade – Contra a Internacional Marítima existem também muitas queixas quanto ao não cumprimento pela empresa do Maranhão de José Sarney da determinação do Ministério Público de conceder ao idoso e pessoas com deficiência o direito de embarcar de carro com prioridade. Na época da TWB a prioridade era para 10 carros por ferry. A Agerba, quando à frente do sistema, reduziu para oito.
“Agora eles (a Internacional) embarcam como querem, não respeitam nada. Quarta-feira tentei ter acesso pela fila de prioridade e ao me dirigir aos funcionários da Internacional fui informado que só embarcavam dois veículos, e que a determinação era da nova empresa. Isso é um absurdo e estou levando o fato ao Ministério Público. Além disso, é comum a fila de prioridade ser furada. É de acordo com a cara do freguês: já fotografei funcionário tirando cone e autorizando a entrada de veículos. A empresa começou muito mal”, conta o usuário Jorge Freitas.
Enquanto a Internacional Marítima promete devolver ao tráfego o ferry Pinheiro que ela “reformou”, mais queixas surgem na imprensa contra o ferryboat. Em comentário postado na matéria Ferryboat: crise foi superada por Waldir com ideia e criatividade da Bahia. , a leitora Silvia Caldas opina que o Ministério Público ”não pode nem deve baixar guarda em relação aos serviços prestados à população”. E ressalta:
”Principalmente depois que a empresa Lumar conquistou o status de estaleiro numa “laranjada” em que o testa de ferro é quem possui menor participação societária. E pasmem: foi um preposto da Lumar quem convidou a Internacional Marítima para vir para a Bahia. Essa confissão foi feito por um diretor da referida empresa a uma pessoa muito séria que não divulgou nada ainda porque prefere juntar totalmente as “provas”. Eu disse a ela: procure o MPE para apurar estas denúncias”.
A leitora Silvia critica também a ”reforma” dos navios: ”O ferry que dizem ter recebido melhor tratamento o Pinheiro, já apresentou problemas técnicos esta semana e na semana passada. Atrasos voltaram a ocorrer. O Rio Paraguaçu está horroroso e os demais até agora nada. Não conseguem sair da Base. Seis meses se passaram desde a intervenção e nada de embarcações seguras e confiáveis. Semana passada os diretores da Internacional já debochavam com desculpas esfarrapadas ao se referir sobre os atrasos nos embarques. Mandou o usuário ”relaxar”.”
Demissões – A Internacional Marítima segue promovendo demissões, mas os sindicatos nada informam e estão sem se manifestar. Empregados da antiga TWB estão sendo demitidos e aqueles que eram empregados antes da Comab estão voltando ao ferryboat. O JORNAL DA MÍDIA está à disposição dos sindicatos e da Internacional, caso queiram contestar as informações.
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